quinta-feira, 20 de março de 2008

"O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA"

Esta semana em que morreram tantas pessoas importantes, mesmo sem a cruz, não há como não se prender ao obituário. Uma das mortes sentidas para o cinema é a do ator inglês Paul Scofield, que ganhou o Oscar de melhor ator em 1967, pelo seu desempenho no filme " O Homem que não vendeu sua alma" ( The Man for All Seasons) uma produção britânica de 1966, dirigida por Fred Zinneman, e que também ganhou o Oscar de melhor filme no mesmo ano. O filme tem roteiro de Robert Bolt e é baseado na peça do mesmo, contando a história de Thomas Morus, um advogado que se tornou chanceler de Henrique VIII e depois caiu em desgraça ao se opôr ao mesmo no episódio do divórcio do rei para casar co Ana Bolena e que gerou o cisma com a Igreja Católica e a criação da Igreja Anglicana. Thomas Morus era um intelectual respeitado, já havia escrito o célebre " Utopia", mas assumiu uma posição fortemente ética baseada em sua fé católica o que acabou lhe rendendo a prisão na Torre de Londres e posterior decapitação. Se você gosta de um bom filme sobre ética, poder, fé e razão, além de celebrar o excelente desempenho do ator falecido esta semana, que representa bem a escola dos atores britânicos respadados pela escola teatral, a fala vigorosa, a expressão facial marcante, aí está uma boa pedida, ainda com as participações especiais de Orson Welles e Vanessa Redgrave e um bom desempenho de todos os demais. É muito interessante o debate sobre o valor do silêncio como ação ou omissão - quem cala consente ? O homem perdeu a cabeça, mas virou santo católico e seu dia é 22 de junho.

Nenhum comentário: