sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A ILHA DO ADEUS

" A ilha do Adeus" é um filme de 1977 de Franklin Schaffner, baseado em romance de Ernest Hemingway. Há alguns temas recorrentes na obra do genial escritor que são muito bem expostos no filme, como o amor ao mar, a solidão e os relacionamentos humanos. O que ajuda muito o filme é o desempenho do George C. Scott que como sempre, dá muita densidade aos personagens. Não é maravilhoso, mas dá prá ver numa boa, sem cansar muito.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CONFISSÕES DE UMA GAROTA DE PROGRAMA

Ainda não é o "épico" da Bruna Surfistinha, que está sendo filmado, mas um filme do Steven Sorderbergh de 2009 (The Girlfriend Experience) que causou certa celeuma por usar como "atriz" uma "expert" no mercado visual pornográfico. É lógico que longe de seu "metier" a menina tem uma atuação horrorosa, como de resto os demais "atores", fazendo par com um roteiro horrível e uma direção desastrosa. O que é bom no filme? Nada. A intenção de mostrar alguma lógica e sentimento nos relacionamentos entre clientes e acompanhamentes, esbarra no lugar comum e numa certa tentativa de fazer um paralelo com a crise econômica norte-americana. Não há nem mesmo cenas de sexo, que poderiam trazer algo de bom no filme. O filme remete (por oposição) ao ótimo " Boogie Nights". Não tenha dúvidas...Não perca tempo com confissões bobinhas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A TETA ASSUSTADA

O filme " A teta assustada", uma co-produção peruana-espanhola de 2009, dirigida pela Claudia llosa ( sobrinha do grande escritor Mario Vargas), ganhou o prêmio urso de ouiro em Berlim e foi bastante premiado em Gramado também. É a estória de Fausta, ( a beleza indígena e a atuação de Claudia Solyer é um dos atrativos do filme, sem dúvida) cuja mãe lhe passou uma doença (o medo) através do leite materno ( daí o título, é o nome da doença). O filme se propõe a cobntra a estória do processo através do qual Fausta precisa enterrar sua mãe ( e com ela é claro, o medo e o atraso). Uma idéia interessante, que porém é contada de forma lenta, com uma câmara excessivamente parada, arrastada, como a reforçar um subjetivismo excessivo a meu ver, que conduz muitas das vezes ao sono e a falta de interesse. Quando o filme abre para mostrar a família de Fausta, que vive de organizar festas de casamento em Lima, se torna mais interessante mostrando Lima e uma forma de mistura entre o moderno e o arcaico que certamente nos faz de alguma forma se identificar com aquela realidade. Em matéria de produção peruana, prefiro mil vezes "pantaleão e as visitadoras" que além de engraçado é mais inteligente. "A teta assustada" não é ruim, se você vencer o sono.

domingo, 3 de janeiro de 2010

UM ATO DE LIBERDADE

"Um ato de Liberdade" (Defiance) de 2008 é um filme supostamente baseado em fatos reais, que conta a estória de três irmãos que chefiaram uma comunidade de judeus perseguidos nas florestas da Bielo-Russia. A direção de Edward Zick optou por construir uma versão bem romanceada da realidade, onde são ressaltados combates bastante irreais com doses mortais de heroísmo implausível,e sobrevivência tipo Robinson Crusoé em uma floresta gelada, contando com a atuação correta do 007, Daniel Craig. É um filme assistível se você não quiser nada com a história e coma realidade, uma espécie de Lista de Schindler sem o Spielberg ( talvez os judeus da Bielo-Rússia não tenham o mesmo status...)Enfim, cinemão um pouco melhor que a média que tem sido produzido, e que não faz mal nenhum em ver sem pretensão alguma.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

TEMPOS DE PAZ

"Tempos de paz" é a transposição para o cinema de uma peça de Bosco Brasil que fez bastante sucesso " Novas diretrizes para tempos de paz". Na verdade ainda funciona mais como teatro do que como cinema, sendo a parte externa ao trabalho dos dois principais atores, quase dispensável. Ultrapassada esta questão, é um bom filme ou peça, que como informa ao final, acaba funcionando como homenagem a artistas e intelectuais que por conta da guerra vieram para o Brasil. O desempenho dos protagonistas Dan Stulbach (mais teatral que cinematográfico) e Tony Ramos ( mais cinematográfico) é excelente e traz para o debate uma série de questões importantes principalmente sobre a sobrevivência e a moral. Acho a estória construída em cima do personagem do Daniel Filho (que também é diretor) também dispensável e meio desconectada, mas nada que afaste a possibilidade de belos momentos de encenação positivamente teatral.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A BATALHA DE SEATTLE

Trata-se de um bom filme de 2007, do ator irlandês Stuart Towsend, aqui fazendo o papel de diretor e roteirista, de um filme militante. Quase que um documentário, o filme fala dos conflitos nas ruas de Seattle por ocasião dos protestos contra a reunião da OMC em 1999. O filme conta com excelente direção, boas cenas, a atuação competente de vários atores entre eles, Woody Harelson ( muito bom!), Ray Lliotta ( também está bem) Charlize Theron e Michelle Rodriguez, e trata com competência de um assunto interessante, mostrando aspectos políticos e subjetivos inclusive da repressão. Valeu !

2001 - Uma Odisséia no Espaço

Aproveitei o último dia do ano, para rever um clássico "2001- Uma Odisséia no Espaço" de 1968, do Stanley Kubrick, com roteiro do próprio e do Arthur Clarke. Quando vi o filme no cinema, década de 70, ainda não havia a categoria de "cult", mas este deve ter sido um dos primeiros. Um misto de fantástico e soberbo e chato. Muitas foram as piadas, todas enfatizando um roteiro que muito pouca gente entendeu na época, e as explicações que arrumaram para o monolito. É uma das mais formidáveis associações de imagem e som do cinema, a meu ver. Algo comparável a "Fantasia" dos estúdios Disney. Achei o filme melhor agora (a estória fez mais sentido) do que na época em que vi, embora com as limitações da uma tela menor ( som e imagem). Ainda assim continua imperdível, bonito, soberbo e chato. Em matéria de ficção científica, confesso que não é minha praia, nem mesmo com a avalanche de efeitos que separaram estes quarenta anos conseguem fazer algo tão bom. Valeu 2009 !

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

À DERIVA

Trata-se de um filme nacional de 2009, do diretor Helio Dhalia, do aclamado " O cheiro do ralo", com produção da O2 ( nossa, a gravação de som continua horrível ) com um bom elenco (o francês Vicent Cassel e a Debora Bloch estão bem no filme) e uma estória interessante que trata de um casal em crise e a percepção de sua fiha adolescente. Infelizmente, o lado bom acaba e o filme, se apresenta meio chato e monótono em alguns momentos e até mesmo a trilha sonora contribui um pouco, Há belas imagens de paisagens e só. Dá prá ver, com um pouco de paciência, mas está bem abaixo da expectativa deixada pelo diretor.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CHE - PARTE DOIS


Na parte dois do "épico" sobre o Che, Steven Soderbergh se superou - conseguiu fazer um filme mais chato do que a parte um. De bom, o filme só tem mesmo, mostrar a equivocada opção política foquista, que mesmo sem um apoio organizado dos partidos e organizações de massa, se colocou em uma ação revolucionária temerária. Não dá nem para dizer que mostrar isto seja um dos objetivos do filme. O roteiro e a direção ficam no meio do caminho entre documentar e romantizar e acaba não fazendo nem uma coisa e nem outra, mostrando em sua maior parte um jogo delirante de movimentações sem sentido nas matas - jogo de gato e rato com final conhecido, o que não dá normalmente um bom filme. Também não é um filme de atores. O primeiro é bem melhor, principalmente por ser um melhor documentário, sem chegar a ser algo recomendável.

domingo, 13 de dezembro de 2009

NOTORIUS


Notorius (2009) é um filme sobre Cristhoper Wallace ( The Notorius BIG) um cantor de rap norte-americano, oriundo do Broklin, que foi assassinado em 1997, quando tinha 24 anos de idade. O filme começa meio clichezão, sem ser ruim, filho de mãe solteira, envolvimento com tráfico de drogas e por aí vai. depois vai melhorando e trazendo detalhes tanto do ponto de vista mais subjetivo (relacionados com o sucesso e o poder) como históricos, com detalhes que fugiam do meu conhecimento, como uma espécie de grande conflito (sedimentado pela imprensa) entre rappers da cosata leste e costa oeste, e que aparentemente tiveram a ver com a morte do artista. Também desconhecia o envolvimento deste artista com a morte de uma espécie de ícone do cenário negro norte-americano dos anos 90, o ator Tupac Shakur. É um filme que conta bem a estória e informa, principalmente para aqueles mais antenados com o rap. Vale a pena, sem falar na beleza da Angela Basset (única que conhecia) no papel da mãe do artista e mais as estonteantes Naturi Naughton (Lil Kim) e Antonique Smith ( Faith Evans).

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

INFORMERS

O filme "Informers- geração perdida" de 2008 é baseado em um livro do escritor americano Bret Easton Ellis (colaborou no roteiro), dirigido pelo australiano Gregor Jordan, e com uma pá de astros do porte da Kim Bassinger (acho sempre fantástica), do Mickey Rourke, Billy Bob Thornton e Winona Ryder ( todos bem na fita) e mais uns atores e atrizes novos que compõe bem o quadro que se tenta mostrar e com bom resultado. Aliás esta imagem ao lado retrata bem - pessoas vazias, frias, meio que chapadas, sem alegria, sem vida. São estorinhas que meio que se interligam ou não, mas o importante, o fio condutor, é um retrato gelado de uma costa-oeste ( interessante as cenas de praia, sem vigor e colorido) meio que amoral (há muita gente que acusa o escritor de moralista). Particularmente achei o resultado interessante, embora o trabalho do autor que deu origem ao filme " O Psicopata Americano" seja ao meu ver, pelo filme ( uma vez que não li os livros ) melhor. Mas é um bom filme. Apenas a estroinho do Mickey Rourke, do sequestro do garoto, achei deslocada ou não entendi, as demais tem tudo a ver.....

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O GRUPO BAADER-MEINHOFF

O filme de Uli Eldel tem um defeito grave- é um filme longo, aspecto que afasta ainda mais aqueles que tem uma certa rejeição a filmes políticos. Mas, tirando este defeito, é um bom filme, que cumpre bem o seu papel de descrever um cenário político em que questões importantes são tratadas e que tem inclusive relação com período correlato no Brasil, ou seja, o debate entre a ação ( que como o filme bem mostra produz resultado, mas muitas das vezes padece de planejamento, coerência e as vezes é construída em cima de mitos) e uma certa acomodação da esquerda, que parece naquele momento (a partir da segunda metade dos 60) incapaz de dar conta do momento político. Martina Gedeck, que eu já tinha visto em um bom papel no filme " A vida dos outros" faz bem a jornalista Ulrich Meinhoff, e o Moritz Bleibtrau, que também já tinha visto em "a experiência" e com um bom papel secundário em " o acompanhante" faz um excelente Andreas Baader. Além da "oposição" entre teoria e ação, ( a jornalista transparece racionalidade enquanto o Baader transparece a pulsão por vezes até irraciional) há outros detalhes interessantes trazidos pelo filme, mas da metade para o final ele vai ficando chato e acaba por se tornar um filme mais para quem já conhece um pouco a história do grupo e do período. Para quem já conhece alguma coisa é bom, mas não é um filme que atraia novos conhecimentos. É bom, mas eu confesso que esperava coisa melhor.

sábado, 5 de dezembro de 2009

JEAN CHARLES


Depois de um Selton Mello ruim, em " a mulher invisível", um Selton Mello bom. Muito bom.Mas o filme não é só isto! É um bom filme brasileiro, de Henrique Goldman, O que mais me impressionou no filme, não foi a tão decantada saga de um brasileiro ( mais que isto, mineiro da região de Valadares) vivendo no exterior, mas a contraposição entre a vida em Gonzaga ( terra natal do mártir) e a vida em Londres. O filme é de um realismo, que chega a ser cruel ao contrapor as imagens de um e outro lugar e a personagem da Vannessa Giácomo quase sucumbiu a tentação de ficar em Gonzaga, mas a realidade (dura, mas não somente do ponto de vista econômico) se impôs e acabou indo para a Europa de novo. O filme é um primor de realismo- mostra Jean Charles sem endeusar, mostra Londres sem endeusar e mostra Gonzaga sem endeusar. Vale a pena !

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A MULHER INVISÍVEL


"A Mulher invisível" é um filme do Cláudio Torres, de 2009. O longa anterior do Claudio Torres é bem parecido ( " Redentor") ou seja, uma chanchada com uma revoada de clichês. O tema é interessante, a mulher ideal ( que não existe, a não ser na imaginação) mas o filme padece de um roteiro melhor, chega a se chato algumas vezes, tem uma péssima solução final e a encenação dos atores é em geral bastante ruim. Mesmo o Selton Mello, que reconhecidamente é um bom ator, acaba caindo na armadilha da caricatura. A Luana Piovani e a Fernanda Torres ( irmã do diretor) ainda se salvam um pouquinho, mas o Vladimir Brichta e a Maria Manoella estão bem abaixo do que podem. Há de positivo algumas cenas engraçadas ( como toda chanchada) ainda que óbvias, e acho que mais nada. Só pela importância do tema é que vale a pena ser visto. Sempre se aprende alguma coisa....

domingo, 15 de novembro de 2009

JUSTIÇA

"Justiça" é um documentário , filmado em 2004, de Maria Augusta Ramos. É óbvio que sobre este assunto, mais do que em outros, a minha opinião pessoal é muito forte, pois já trabalho há alguns anos com isto, e o filme é bem realista e retrata a justiça, uma chatice só. Lentas filmagens sobre um suposto cotidiano de juízes, promotores ( ausentes, estranhamente da filmagem) e defensores públicos. O filme é uma distorção só, pois mostra de dois juízes um, o Geraldo Prado, que não representa nem de longe o universo comum dos magistrados e muito menos a Ignez como defensora. Também, o que poderia ser uma mostra do cotidiano de presos, é claramente uma imagem manipulada e consentida. O que o filme mostra é distanciado da realidade, a não ser pela chatice, e não serve como apoio para o discurso que o filme pretende, ou seja há um hiato entre o que o filme mostra e sobre o que ele fala. Talvez o seu único valor seja propiciar um debate, mas é ruim como cinema e como documentário.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O INIMIGO DO MEU INIMIGO

" O inimigo do meu inimigo" é um documentário eletrizante e imperdível, de 2007, uma produção francesa, que preliminarmente, mostra Klaus Barbie, o chamado " açougueiro de Lyon, oficial torturador nazista, cuja especialidade era a violência e foi o responsável direto pela morte do líder da resistência francesa Jean Moulin e de várias pessoas, inclusive crianças, deportadas para campos de concentração. O documentário mostra diversas de sua vítimas e familiares de suas vítimas. Mas não pense que este é um fiome sobre os horrores do holocausto ou da ocupação alemã na França. Acaba a guerra e o torturador vive sob paga do governo dos Estados Unidos, trabalhando para o serviço secreto, montando inclusive grupos para-militares com o objetivo de impedir o crescimento dos comunistas na europa ocidental. O filme é fartamente documentado ! Apesar de procurado pela França, o torturador vive escondido e protegido pelos Estados Unidos e quando não dá mais para protegê-lo, se utilizam da chamada "Ratline" que é um esquema que utilizava o Vaticano para esconder nazistas na América do Sul, e o nazista vai para a Bolívia, onde vira empresário e participa ativamente de pelo menos dois dos muitos golpes de estado naquele país. Tudo com íntima relação com a CIA. Especialistas em treinamento militar e interrogatório contra os "terroristas" ou seja, tortura! Finalmente preso e conduzido à França no final da década de 80, veio a ser condenado à prisão perpétua e morrer na cadeia se não engano em 1991. Um filme imperdível para quem procura entender a força oculta que move o nazismo, ainda hoje!

domingo, 8 de novembro de 2009

CAFUNDÓ


Cafundó (2005) é um excelente filme do Paulo Betti, com roteiro do Clóvis Moura. O começo do filme é meio sem sentido e até chato, mas ultrapassados os primeiros dez a quinze minutos, o filme começa a ganhar corpo, as raízes e simbolos religiosos afro vão se misturando os símbolos cristãos e a religiosidade popular ganha densidade, na construção do personagem real João de Camargo, que criou uma Igreja e associação espírita em Sorocaba na primeira metade do século passado. É um rico exercício de sincretismo e brasilidade, a meu ver obrigatório. Lázaro Ramos está excelente na composição do personagem e o Exú do Flávio Barauaqui é algo fora de série. Acho que os demais atores estão alguns degraus abaixo, mas nada que prejudique muito o filme. Trata-se de umprojeto ligado à vida e a infãncia do Paulo Betti, e isto dá mais amplitude ao trabalho pelo prazer com que eve ter sido feito. Há muitos momentos bons no filme! Valeu!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SINEDOOUE, NOVA IORQUE

Se você acha "Synedoche, New York" (2008) um título estranho, espere para ver o filme, primeiro trabalho de direção de Charlie Kaufman, o cultuado roteirista de por exemplo, "Quero ser Jonh Malkovich". O filme é totalmente "outsider" em relação aos padrões do cinema de entretenimento. Um diretor de teatro (em crise?) encena sua vida, repleta de perdas, em que muitas figuras de linguagem, muitas representações ocorrem, e acho que mesmo atento, ninguém consegue pegar nem 50% do que pretende o diretor. Phillip Seymour (é claro) em mais um daqueles papéis densos e estranhos, secundado por uma série de boas atrizes, como Samantha Morton e Diane West, por exemplo. Alguns dirão que se trata de teatro filmado, e poderíamos debater se cinema pode ser teatro filmado. O filme, para mim, além de hermético em excesso, é também longo demais, porém é um filme que faz pensar e isto já é muito nos dias de hoje.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

VERÔNICA

Verônica (2009) é um filme do diretor Maurício Farias, que também é o co-roteirista. Filho do diretor Roberto Farias, acho que ele deveria se fixar na direção, que é uma das qualidades do filme. Já o roteiro, peca demais e ainda carrega o estigma de ser muito parecido com o enredo de um filme do Jonh Cassavetes. Na estória de uma professora que abandona a sua vida para ficar com um garoto que teve os pais assassinados em briga de traficantes em comunidade do Rio, e que é perseguida por policiais courruptos e traficantes, o filme consegue ser uma boa adaptação (no contexto) de uma estória que se torna (pelo roteiro) irreal demais. Vale destacar ainda as boas atuações da Andrea Beltrão e um pouco menos, do Marco Ricca, mas o roteiro derruba o filme e quase vira um caso especial maluco. Só prá quem gosta muito do cinema nacional.

domingo, 1 de novembro de 2009

MILAGRE EM JUAZEIRO

Começamos novembro assistindo na TV Brasil ao belo documentário " Milagre em Juazeiro" (1999) do diretor Wolney Oliveira, que é daqueles documentários que procura mais informar do que manipular. O filme é entremeado por uma narrativa ficcional, baseada no milagre da "beata" Maria Araújo, que vertia o sangue de Jesus Cristo nas hóstias que lhe eram ministradas pelo Padre Cícero ( vivido é claro pelo sempre competente José Dumont). Ao mesto tempo passa pelas telas o contexto, Juazeiro do Norte, os romeiros, suas manifestações culturais, seus depoimentos "anônimos". No final, o telespectador fica conhecendo mais da estória desta figura
(Padre Cícero - falecido em 1934) que a partir dos milagres, é alijado da estrutura da Igreja, tem um papel político importante, é prefeito, deputado federal, e se torna um mito, adorado por milhares de pessoas até hoje. Uma verdadeira aula de religiosidade popular e cultura.