segunda-feira, 21 de julho de 2008

O MAIOR AMOR DO MUNDO


O maior amor do mundo, uma produção brasileira do Cacá Diegues de 2006. O que dizer desse filme? Reflexo das muitas preocupações sociais do Cacá Diegues, a história, bem, a história é sem pé nem cabeça. Um astrofísico brasileiro, radicado no exterior, vivio pelo José Wilker, vem ser condecorado pelo governo brasileiro. Foge do Hotel, vai visitar o pai que mora em um asilo ( muito bom o desempenho do Sérgio Britto) e descobre que é filho natural de uma mulher da baixada fluminense, mais precisamente de um lixão. Ah, esqueci de dizer que o astrofísico está com seus dias contados por conta de um tumor que não pode ser operado. Some, vai para a baixada, onde milagrosamente descobre sua estória pessoal o funk, o tráfico, as gírias,as drogas, e de repente, sem o menor nexo, o sexo com a Thais Araujo, com direito à trilha sonora de Gilberto Gil. Você já deve ter visto isto em algum filme do Cacá Diegues. É um verdadeir festival de clichês, com direito a referencias sobre a final da copa do mundo de 50, a luta armada e impressionantes passeios nos lixões ( sem um único rato) da baixada. Não, não esqueceu também uma execução coletiva praticada pela polícia e com toda esta pobreza, é claro que o filme fica no meio do caminho, não é vendável ( entretenimento agradável) e não é cult, e acho que isto é um resumo de quase toda obra cinematográfica do Cacá Diegues. Valem alguns desempenhos, especialmente o Marcos Ricca, o Sérgio Britto e o próprio Wilker, mas é pouco para ser um bom filme. Qualquer hora vai passar na Globo no horário social das 23 e alguma coisa....

domingo, 13 de julho de 2008

DIA DE TREINAMENTO


Nada como um filme após o outro, e acabei fazendo uma espécie de festival “ Denzel Washington” e vi “ Dia de Treinamento” de 2001, que não havia visto, e é um excelente filme policial, no qual o Denzel trabalha muito bem fazendo o papel de um policial corrupto do Departamento de Narcóticos de Los Angeles, que está fazendo treinamento de um policial novato vivido pelo Ethan Howke ( que também está bem). O filme tem umas mentiradas no final, se perde um pouco nas soluções, mas nada que atrapalhe a ação e boas cenas, sem nenhum moralismo bobo. Gostei mais que Gangster.


sábado, 12 de julho de 2008

GANGSTER

O filme "American Gangster" (2007) foi um pouco decepcionante para mim, pois tinha ouvido falar muito bem ,principalmente dos atores e também do roteiro e foram justamente as coisas que menos gostei no filme. A estória apesar de baseada em fatos reais, apresenta dois personagens totalmente irreais, ou seja, o mega traficante e gangster Frank Lucas (Denzel Washington) e o policial bonzinho Richard (Russel Crowe). Os personagens são bem fantasiosos para uma trama que se diz verídica e os atores não estavam bem para os papéis. Nenhum dos dois tem a substancia interior( uma certa rudeza) que os transformaria em criminoso e policial e o Denzel Washington chega a ficar meio patético de traficante do Harlem que parece um lorde inglês. A trama melhora um pouco ao final, é bem dirigida pelo Ridley Scott e tem ótima trilha sonora. É um filme policial bem razoável de se ver e os demais atores não principais estão muito bem.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

UM SONHO DENTRO DO SONHO

Neste filme (Slipstream-2007) a tradução do título não foi ruim. Trata-se mesmo de um sonho dentro do sonho, é quem sonha tudo isto é o Anthony Hopkins, escritor, roteirista,diretor e principal ator do filme, que tem ainda como atores mais conhecidos o Cristian Slater e o Jonh Torturo ( muito bons, como aliás todo o elenco. É um filme quase que experimental, que joga vertiginosamente com a velocidade das imagens, e com a relação das imagens vividas com as imagens lembradas com as imagens trabalhadas pela mente, fazendo com que a realidade e a imaginação não sejam mais do que filmagens ou etapas de um filme. O Anthony Hopkins é o roteirista que pressionado pela idade, delira todas estas imagens. Não é um filme de entretenimento e certamente a grande maioria que o viu não gostou e talvez sequer tenha entendido alguma coisa. Não é um filme-cabeça por seu conteúdo, mas principalmente pelo seu caráter experimental quanto à forma. Para quem não quer só entretenimento, ainda que de qualidade, vale a pena dar uma espiada, mas não me culpe, pois está bem avisado. É muito criativo e eu particularmente gosto um pouco, mas as vezes o experimentalismo é meio obsessivo e poderia ser mais diluído um pouquinho. Não seria de todo ruim.

domingo, 6 de julho de 2008

UAM RUA CHAMADA PECADO


Desconheço os mistérios tradutórios pelos quais " Um Bonde chamado Desejo" baseado na peça de Tenesse Williams, dirigido por Elia Kazan, virou " Uma rua chamado Pecado", mas ainda assim permenece um clássico do cinema pela atuação vigorosa principalmente da Vivian Leigh ( fenomenal- Oscar de melhor atriz) e do Marlon Brando. Também foram destaques a atuação de Kim Hunter e Karl Maden (ganhadores do Oscar de ator e atriz coadjuvante). Tenessee Williams tem algo de Nelson Rodrigues, suas peças sempre denunciam uma hipocrisia moral e acabam dando destaque à condição feminina, subjugada pelas condições sociais adversas. Vivian Leigh consegue se despir da Scarlet O'Hara e vestir um novo grande papel em Blanche Dubois. Se você não viu, vale a pena, é um clássico P&B de 1951 da melhor qualidade !

sábado, 5 de julho de 2008

O RESGATE DE UM CAMPEÃO

O título em Inglês é mlhor do que o nacional, para este filme de 2007, que tem como grande atração o Samuel L. Jackson. Estórias de boxeador não são propriamente novidades e nem grandes atrativos, mas este filme é sobre muitas coisas, relações pai e filho, separações,mentiras e verdades, papel dos meios de comunicação e também sobre o mundo do boxe. No fundo é muita pretensão para pouca arte, e o Josh Hartnett que imita muito o Tom Cruise não seja tão bom, fazendo o reporter que faz uma grande matéria com um suposto campeão, representado pelo Samuel L. Jackson que agora vive nas ruas e depois descobre que o mesmo não era o campeão e inventara uma situação na qual ele se destacava, igual o reporter fazia com seu filho de seis anos. Para falar a verdade até o Samuel L. Jackson já está meio estereotipado neste papel de negro out-sider e/ou morador de rua.Precisa urgente fazer um rodízio com o Denzel Washington ou o Danny Glover. Dá até para ver, mas com boa vontade e o espírito receptivo a lições de moral baratas.

ELLIPSIS


As vezes no afã de pegar algo de novo ou diferente você acaba vendo uma porcaria. O filme em questão é venezuelano. Um policial, de 2007, que usa o recurso já super-batido de mexer com a linearidade temporal da estória. Os atores são mais bonitos do que bons e pasmem o traficante da película é o brasileiro "Seu Jorge" que vem a meu ver fazendo desastrada carreira internacional, depois de participar de bons filmes nacionais, inclusive de um excelente curta ( ver no portacurtas) sobre o Tarantino. Horrível a atuação e o papel do Seu Jorge. Muito ruim o filme.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

" A VIDA É DURA"


Preciso confessar uma coisa: Quase que me deixei enganar, Achei que efetivamente se tratava de um filme biográfico sobre um cantor de Rock chamado Dewey Cox. Nem mesmo o fato de ser estrelado por um dos brilhantes atores do time de humoristas do Saturday Night Live, Jonh Reilly me fez acordar. Ainda caí na besteira de ver os extras para saber algo mais sobre o biografado, e só aos poucos ( principalmente pela incrível semelhança entre o ator e o biografado) fui acordando e ri de um dos melhores filmes que vi ultimamente. É difícil acertar a mão em comédia e os caras conseguiram me fazer rir de escangalhar(!). É um fascinante conjunto de piadas e referencias sobre clichês norte-americanos envolvendo as aventuras de um cantor de rock que, contemporâneo de Elvis Presley e Buddy Holly, passsou pelos anos 50,60,70 e até teve seus sucessos revisitados pelos rappers. Não faltaram inclusive contatos com os Beatles.Uma vida dura com direito a sexo, drogas, e é claro, Rock'n roll. A direção, brilhante, é do filho do Lawrance Kasdan, Jake, que inclusive contribui no roteiro. É um típico filme do Saturday Night Live, mordaz, irônico e crítico dos padrões norte-americanos. Lembra algo do lançamento do Austin Powers. Recomendo como remédio, valeu !

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A FAMÍLIA SAVAGE


O Filme " A família Savage" é uma produção americana de 2007, escrita e dirigida por Tamara Jenkins, e estrelado por Laura Linney , Phillipe Seymour Hoffman ( os dois irmãos) e Phillip Bosco ( como o pai). Os filhos são obrigados a cuidar do pai velho e doente, e isto sem dúvida alguma dá um bom filme, pois velhice, morte e conflitos familiares sempre são um bom prato, desde que não se caia no melodrama barato. O filme não é ruim, dá prá ver, mas o tema poderia ser melhor aproveitado. Os atores estão muito bem, mas as vezes o filme fica chatinho. Em matéria de velhice e família, um grande filme é o brasileiro " Em Família" do Paulo Porto de 1970. Se você conseguir ver num canal Brasil destes da vida, não deixe de fazê-lo, pois certamente você acabrá chorando e não sairá barato, pois o filme é muito bom e os atores excelentes. Enquanto isto, " A Família Savage" é um bom aperitivo.

domingo, 22 de junho de 2008

"O MESTRE DOS MARES"

O Mestre dos Mares- O lado mais distante do mundo, é uma produção de 2003, e trata-se de um bom filme de aventuras. Roteiro e Direção do australiano Peter Weir, que ficou famoso com a direção de "Sociedade dos Poetas Mortos" e depois " O Show de Truman" e o bom desempenho de Russel Crowe e Paul Bettany ( o Tom de Dogville) como o capitão e o amigo médico. Me lembrei muito de minha adolescencia, onde tinhamos uma certa fartura deste tipo de filme de aventura que não eram feitos para retardados. Piratas, aventureiros, soldados, oficiais, heróis e bandidos, povoavam as telas em produções que a indústria não tinha dificuldade alguma em misturar ação, aventura e até mesmo romance ( ausente neste caso). Tenho a impresão de que o nível dos filmes de aventura caiu demais, por isso quando sai um bom como este, vale a pena ver, sem grande pretensões, você acaba se divertindo e ficando preso à trama até o final. Uma nota sobre o Russel Crowe que sem ser magnífico consegue mesclar ação e melancolia como raros atores.

sábado, 21 de junho de 2008

"O ESCARLATE E O NEGRO"

O filme é uma produção original para a TV, de 1983, estrelada por Gregory Peck, como o monsenhor Hugh O'Flagherty, um membro do Santo Ofício, irlandês, que do Vaticano neutro, ajudou muitos refugiados na ocupação nazista. O Gregory Peck é um daqueles atores que toma com sua personalidade forte o personagem, e quase não deixa espaço para o próprio. Completam o elenco de astros, o sempre correto Cristopher Plummer ( que sempre faz algum militar, aliado ou alemão) e Jonh Gieguld (Sir) como um ótimo Papa Pio XII que passou à história como o Papa de Hitler. O filme, embora um tantinho de nada longo, traz muitas questões e é muito bem conduzido por Jerry London ( especialista em TV). A postura dúbia do papa ( justificável como pensa o filme ou não), questões de moral e de postura e coragem,e um excelente final em que o coronel alemão pede ajuda ao inimigo para passar sua família pela fronteira, valem o filme. Quem entende TV como sinônimo de distração fútil, pode se surpreender. está na coleção dos clássicos em DVD !

CLUBE DA LUTA

Clube da Luta ( Fight Club - 1999) é um dos daqueles filmes, que separei após ver pela primeira vez para uma nova olhada posterior. É um grande filme ! Um excelente trabalho do diretor David Finch ( ligado mais ao mundo dos efeitos especiais e clips ) e de três soberbos atores, Edward Norton, Brad Pitt e Helem Bonham Carter. Merecem crédito também o escritor Chuck Palaniuk e o roteirista Jim Uhls. Norton é o narrador, um homem médio, refém da sociedade de consumo, com uma vida insípida e insone, que o leva a procurar grupos de auto-ajuda diversos em busca de sentimentos humanos. Nestes grupos conhece outra frequentadora Marla (Helem) que é um ícone de desespero e auto-destruição. Aos poucos, o narrador vai conhecendo Tyler ( Brad Pitt- fantástico) um seu alter-ego, que representa tudo aquilo que ele não é, como amante e como homem. Neste sentido, o filme me fez lembrar muito de " O Magnifico", uma produção de 1973 de Phillipe de Broca, com Jean Paul Belmondo fazendo Bob Saint Clair,um escritor de vida vazia e insipida que colocava em seu personagem todas as suas frustrações pessoais. Jack/Tyler se dedicam a clubes de luta, onde a violência animal (essencialmente masculina no filme) se transforma em prazer associado ao masoquismo, à dor e a uma dose de auto-destruição, e vai construindo um movimento de massas anárquico. Para quem está acostumado a assistir a violência como espetáculo, o filme é perturbador e cruel, pois localiza dentro de nós esas idéias da violência, da agressão, da morte e da destruição. O filme é muito bom, e infelizmente para ele, o narrador só se dá conta de que ele mesmo é Tyler, muito tarde, quando não há mais nada para fazer a não ser suicidar-se para dar fim às loucuras de Tyler. Essa é uma boa pedida para a sessão Vale a pena Ver de Novo ! Uma obra de arte.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

"O CEU QUE NOS PROTEGE"

O Filme " O céu que nos protege" , é uma produção de 1990, do Bernardo Bertolucci, baseada em um livro de Paul Bowles. Como quase toda a produção do Bernardo Bertolucci, é um filme que carrega na questão psicológica, de um casal de aventureiros -viajantes que junto com um amigo resolve flanar pelo norte da áfrica. As questões subjetivas do casal, como por exemplo entregar-se ao acaso e fugir do estabelecido, são chatas e não justificam o filme, mas isto é também uma apreciação subjetiva minha. Há quem delire em enxergar aspectos psicológicos profundos em mais de duas horas. O pano de fundo do jogo subjetivo entretanto, é um brilhante conjunto de imagens sobre a realidade física e um pouco cultural da região, algo assim como um "National Geografic". Isto é que o filme tem de mais interessante, além de um bom desempenho da Debra Winger e do Jonh Malkovich. Porém é pouco para transformar a extensa narrativa em algo mais digerível. Fica chato no total. Bastante aquém de " O último tango em Paris", "La Luna" e " Os Sonhadores".

quarta-feira, 18 de junho de 2008

"SANGUE NEGRO"/ THERE WILL BE BLOOD

Não há muita divergência quanto ao fato de que o grande lance de "Sangue Negro" (2007) é o desempenho do Daniel Day Lewis. Tanto é assim, que ganhou o prémio maior da indústria, O Oscar para o melhor ator. A cena dele recebendo o batismo para conseguir a permissão do arrendamento e depois obrigando o pastor a se dizer falso profeta, quase que vale o filme. Quanto ao filme, a estória é boa, mas achei lento e bem abaixo de outros trabalhos do Paul Thomas Anderson como diretor, principalmente " Magnólia" e o excelente "Boogie Nights". Recentemente, no festival dos filmes do Robert Altman no CCBB, ficou claro que o PaulThomas Anderson se considera assim como um discípulo do grande diretor, mas precisa pegar o jeito de contar a estória com menos lentidão. Tem horas que o filme se arrasta e chega a ser quase chato. Mas o Daniel Day Lewis salva o espetáculo, lembrando suas memoráveis atuações em Meu Pé Esquerdo, As Bruxas de Salem, Em Nome do Pai e Gangues de Nova Iorque.

terça-feira, 17 de junho de 2008

"O SUSPEITO" ( RENDITION)

O filme “ O suspeito” ( não confundir com “os suspeitos”) tem o título original em Inglês de “ Rendition” que se refere a uma lei pós 11 de setembro, que autoriza o governo norte-americano a sequestrar suspeitos e a prática de outros tipos de torturas. A produção é norte-americana (2007) e o filme é dirigido pelo sul-africano Gavin Hood. Trata-se uma das muitas produções pós-11 de setembro e certamente merece ser visto, sem ser maravilhoso. Um dos pontos altos do filme é a utilização de um elenco de atores intermediários (elenco de apoio) com características físicas e culturais da região. O melhor desempenho para mim é disparado do ator israelense Yigal Naor, que faz o líder árabe encarregado das torturas. O pior desempenho disparado, e olha que esta opinião é quase unânime é da Reese Whiterspoom, sem preconceito ou perseguição, mas é que ela não consegue mesmo ! Alan Arkin e Meryl Streep tem bons desempenhos. Pessoalmente acho o desempenho de Jake Gillenhaal e Peter Sarsgaard (o agente de informações e o assessor do senador respectivamente) fracos, mas há quem goste. O tema “tortura” não é propriamente uma novidade para nós brasileiros, (se você gosta do assunto, veja “Batismo de Sangue”, os meus posts sobre “o Coronel” e Tropa de Elite, e há também trabalhos mais consistentes sobre a discussão de 11 de setembro. Particularmente gosto muito de “Terra da Fartura” (“Land of Plenty”) de 2004, do Win Wenders, “ Paradise Now” do palestino Hany Abu-Assad e os onze filmes de duração de 11 minutos com cineastas do mundo todo sobre o ataque às Torres Gêmeas, mas ainda assim ( sem pretensões de grande reflexões ou mensagens sobre o assunto) ainda há bastante interesse neste “O suspeito”, que é um filme bem feito e bem dirigido.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

HONRA SECRETA

Mais um Altman da difícel acesso, o filme em questão da década de 80, é fabuloso, pois trata-se de um monólogo filmado, em que o ator Philip Baker Hal, que tem extensa filmografia na TV e no cinema americano ( lembrei dele em Dogville) arrasa no papel de um Richard Nixon, que dialogo com os quadros dos grandes presidentes norte-americanos e regado a Whisky, Freud e história norte-americana recente, destila suas impressões sobre Henry Kissinger, os Kennedy, Bush e um punhado de políticos nossos conhecidos da metrópole. Vale a pena pelo desempenho do ator, que consegue sustentar mais de hora e meia de monólogo, sem encher o saco, a não ser é claro que você não goste e nem queira saber nada sobre a história do EUA e o escândalo Watergate, que na versão mostrada por Robert Altman, foi uma estratégia do próprio Nixon para se desvencilhar de compromissos assumidos em sua ansia de poder. Trata-se portanto de algo construído em cima do mito de Fausto. Muito bom.

domingo, 8 de junho de 2008

JAZZ -34


Jazz 34 é um dos muitos filmes do Robert Altman que estão na mostra do CCBB, e na verdade é uma grande jam session que reproduz algo que está bem presente no imaginário do diretor, nascido em Kansas City que é o clima do Jazz. Não sei bem se é algo que possa ser traduzido em palavras, mas é algo que voce vê na fisionomia dos músicos ( todos os atores são grandes músicos que encenam os músicos do passado) que é o prazer de simplesmente tocar. Acho que é algo parecido com uma roda de samba ou uma mesa de chorões. Algo que faz o ambiente. Se é cinema? Não sei, mas é música e é arte, disto não há dúvida !

sábado, 31 de maio de 2008

ONDE OS HOMENS SÃO HOMENS

O título em Portugues desse filme do Altman de 1971 (Mr. Cabe and Mrs. Miller) é bastante feliz, pois embora Warren Beaty e Julie Cristhie sejam dois bons atores, o grande lance deste faroeste é o cenário externo, ou seja, a locação. O grande astro do filme é o cenário, a cidadezinha, que mostra mais do que os atores as condições do oeste. Não é uma obra prima, pois o Robert Altman não tem uma, mas tem vários bons filmes como este, que valem a pena ser vistos, pois sempre trazem algo mais do que uma distração com muito humor. Um bom filme, que consegui ver na mostra do CCBB dos filmes do Altman.

terça-feira, 27 de maio de 2008

ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCE ESTÁ MORTO

Uau! Sidney Lumet voltou em grande estilo, pois há muito tempo ele não dirige um filme tão bom ! Acho que a praia dele são filmes policiais, com boa carga dramática como "Um dia de cão" e este excelente filme, estrelado com maestria por três grandes atores: Phillipe Seymour,Ethan Howke e Albert Finney, sendo que este último reedita a magistral atuação de " Rede de Intrigas" também de Lumet. É um filme policial, sem dúvida, mas dos bons, trazendo conflitos familiares para o mundo das drogas, roubos e receptações. Phillipe Seymour, desde que vi pela primeira vez como Drag Queen em "Ninguém é Perfeito", passando pelo DJ de "Quase famosos" e culminando com o Oscar de "Capote" vem se afirmando como um dos mais talentosos atores novos, mas não supera o velho Albert Finney, que traz na face tudo aquilo que quer demonstrar, sem precisar falar quase nada. Excelente pedida !

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS

O filme em questão é uma grata surpresa ! Dirigido por Isabel Coixet, esta produção espanhola de 2005, é uma mostra de como um filme "intimista", ou seja, com pouco destaque externo em termos de cenas e com conteúdo subjetivo forte, pode não ser chato ou meloso demais. A presença dos dois atores principais, Tim Robbins e Sarah Polley( ambos muito bons) ajuda e muito. A sinopse é simples: Um homem sofre um acidente em uma plataforma de prospecção de petroleo, fica com queimaduras e sem poder enxergar e é cuidado por uma enfermeira que tem problemas de audição. Na plataforma covivem pessoas que querem ficar sozinhas por uma série de razões e aos poucos vão se mostrando através da palavras. As vezes parece que não, mas há vida inteligente no cinema espanhol. Muito bom o desempenho do ator Javier Câmara, (que faz um cozinheiro) que tem tudo para se tornar um grande ator reconhecido internacionalmente pela indústria.Vale a pena dar uma olhada !