quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A BATALHA DE SEATTLE

Trata-se de um bom filme de 2007, do ator irlandês Stuart Towsend, aqui fazendo o papel de diretor e roteirista, de um filme militante. Quase que um documentário, o filme fala dos conflitos nas ruas de Seattle por ocasião dos protestos contra a reunião da OMC em 1999. O filme conta com excelente direção, boas cenas, a atuação competente de vários atores entre eles, Woody Harelson ( muito bom!), Ray Lliotta ( também está bem) Charlize Theron e Michelle Rodriguez, e trata com competência de um assunto interessante, mostrando aspectos políticos e subjetivos inclusive da repressão. Valeu !

2001 - Uma Odisséia no Espaço

Aproveitei o último dia do ano, para rever um clássico "2001- Uma Odisséia no Espaço" de 1968, do Stanley Kubrick, com roteiro do próprio e do Arthur Clarke. Quando vi o filme no cinema, década de 70, ainda não havia a categoria de "cult", mas este deve ter sido um dos primeiros. Um misto de fantástico e soberbo e chato. Muitas foram as piadas, todas enfatizando um roteiro que muito pouca gente entendeu na época, e as explicações que arrumaram para o monolito. É uma das mais formidáveis associações de imagem e som do cinema, a meu ver. Algo comparável a "Fantasia" dos estúdios Disney. Achei o filme melhor agora (a estória fez mais sentido) do que na época em que vi, embora com as limitações da uma tela menor ( som e imagem). Ainda assim continua imperdível, bonito, soberbo e chato. Em matéria de ficção científica, confesso que não é minha praia, nem mesmo com a avalanche de efeitos que separaram estes quarenta anos conseguem fazer algo tão bom. Valeu 2009 !

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

À DERIVA

Trata-se de um filme nacional de 2009, do diretor Helio Dhalia, do aclamado " O cheiro do ralo", com produção da O2 ( nossa, a gravação de som continua horrível ) com um bom elenco (o francês Vicent Cassel e a Debora Bloch estão bem no filme) e uma estória interessante que trata de um casal em crise e a percepção de sua fiha adolescente. Infelizmente, o lado bom acaba e o filme, se apresenta meio chato e monótono em alguns momentos e até mesmo a trilha sonora contribui um pouco, Há belas imagens de paisagens e só. Dá prá ver, com um pouco de paciência, mas está bem abaixo da expectativa deixada pelo diretor.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CHE - PARTE DOIS


Na parte dois do "épico" sobre o Che, Steven Soderbergh se superou - conseguiu fazer um filme mais chato do que a parte um. De bom, o filme só tem mesmo, mostrar a equivocada opção política foquista, que mesmo sem um apoio organizado dos partidos e organizações de massa, se colocou em uma ação revolucionária temerária. Não dá nem para dizer que mostrar isto seja um dos objetivos do filme. O roteiro e a direção ficam no meio do caminho entre documentar e romantizar e acaba não fazendo nem uma coisa e nem outra, mostrando em sua maior parte um jogo delirante de movimentações sem sentido nas matas - jogo de gato e rato com final conhecido, o que não dá normalmente um bom filme. Também não é um filme de atores. O primeiro é bem melhor, principalmente por ser um melhor documentário, sem chegar a ser algo recomendável.

domingo, 13 de dezembro de 2009

NOTORIUS


Notorius (2009) é um filme sobre Cristhoper Wallace ( The Notorius BIG) um cantor de rap norte-americano, oriundo do Broklin, que foi assassinado em 1997, quando tinha 24 anos de idade. O filme começa meio clichezão, sem ser ruim, filho de mãe solteira, envolvimento com tráfico de drogas e por aí vai. depois vai melhorando e trazendo detalhes tanto do ponto de vista mais subjetivo (relacionados com o sucesso e o poder) como históricos, com detalhes que fugiam do meu conhecimento, como uma espécie de grande conflito (sedimentado pela imprensa) entre rappers da cosata leste e costa oeste, e que aparentemente tiveram a ver com a morte do artista. Também desconhecia o envolvimento deste artista com a morte de uma espécie de ícone do cenário negro norte-americano dos anos 90, o ator Tupac Shakur. É um filme que conta bem a estória e informa, principalmente para aqueles mais antenados com o rap. Vale a pena, sem falar na beleza da Angela Basset (única que conhecia) no papel da mãe do artista e mais as estonteantes Naturi Naughton (Lil Kim) e Antonique Smith ( Faith Evans).

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

INFORMERS

O filme "Informers- geração perdida" de 2008 é baseado em um livro do escritor americano Bret Easton Ellis (colaborou no roteiro), dirigido pelo australiano Gregor Jordan, e com uma pá de astros do porte da Kim Bassinger (acho sempre fantástica), do Mickey Rourke, Billy Bob Thornton e Winona Ryder ( todos bem na fita) e mais uns atores e atrizes novos que compõe bem o quadro que se tenta mostrar e com bom resultado. Aliás esta imagem ao lado retrata bem - pessoas vazias, frias, meio que chapadas, sem alegria, sem vida. São estorinhas que meio que se interligam ou não, mas o importante, o fio condutor, é um retrato gelado de uma costa-oeste ( interessante as cenas de praia, sem vigor e colorido) meio que amoral (há muita gente que acusa o escritor de moralista). Particularmente achei o resultado interessante, embora o trabalho do autor que deu origem ao filme " O Psicopata Americano" seja ao meu ver, pelo filme ( uma vez que não li os livros ) melhor. Mas é um bom filme. Apenas a estroinho do Mickey Rourke, do sequestro do garoto, achei deslocada ou não entendi, as demais tem tudo a ver.....

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O GRUPO BAADER-MEINHOFF

O filme de Uli Eldel tem um defeito grave- é um filme longo, aspecto que afasta ainda mais aqueles que tem uma certa rejeição a filmes políticos. Mas, tirando este defeito, é um bom filme, que cumpre bem o seu papel de descrever um cenário político em que questões importantes são tratadas e que tem inclusive relação com período correlato no Brasil, ou seja, o debate entre a ação ( que como o filme bem mostra produz resultado, mas muitas das vezes padece de planejamento, coerência e as vezes é construída em cima de mitos) e uma certa acomodação da esquerda, que parece naquele momento (a partir da segunda metade dos 60) incapaz de dar conta do momento político. Martina Gedeck, que eu já tinha visto em um bom papel no filme " A vida dos outros" faz bem a jornalista Ulrich Meinhoff, e o Moritz Bleibtrau, que também já tinha visto em "a experiência" e com um bom papel secundário em " o acompanhante" faz um excelente Andreas Baader. Além da "oposição" entre teoria e ação, ( a jornalista transparece racionalidade enquanto o Baader transparece a pulsão por vezes até irraciional) há outros detalhes interessantes trazidos pelo filme, mas da metade para o final ele vai ficando chato e acaba por se tornar um filme mais para quem já conhece um pouco a história do grupo e do período. Para quem já conhece alguma coisa é bom, mas não é um filme que atraia novos conhecimentos. É bom, mas eu confesso que esperava coisa melhor.

sábado, 5 de dezembro de 2009

JEAN CHARLES


Depois de um Selton Mello ruim, em " a mulher invisível", um Selton Mello bom. Muito bom.Mas o filme não é só isto! É um bom filme brasileiro, de Henrique Goldman, O que mais me impressionou no filme, não foi a tão decantada saga de um brasileiro ( mais que isto, mineiro da região de Valadares) vivendo no exterior, mas a contraposição entre a vida em Gonzaga ( terra natal do mártir) e a vida em Londres. O filme é de um realismo, que chega a ser cruel ao contrapor as imagens de um e outro lugar e a personagem da Vannessa Giácomo quase sucumbiu a tentação de ficar em Gonzaga, mas a realidade (dura, mas não somente do ponto de vista econômico) se impôs e acabou indo para a Europa de novo. O filme é um primor de realismo- mostra Jean Charles sem endeusar, mostra Londres sem endeusar e mostra Gonzaga sem endeusar. Vale a pena !