Preciso confessar uma coisa: Quase que me deixei enganar, Achei que efetivamente se tratava de um filme biográfico sobre um cantor de Rock chamado Dewey Cox. Nem mesmo o fato de ser estrelado por um dos brilhantes atores do time de humoristas do Saturday Night Live, Jonh Reilly me fez acordar. Ainda caí na besteira de ver os extras para saber algo mais sobre o biografado, e só aos poucos ( principalmente pela incrível semelhança entre o ator e o biografado) fui acordando e ri de um dos melhores filmes que vi ultimamente. É difícil acertar a mão em comédia e os caras conseguiram me fazer rir de escangalhar(!). É um fascinante conjunto de piadas e referencias sobre clichês norte-americanos envolvendo as aventuras de um cantor de rock que, contemporâneo de Elvis Presley e Buddy Holly, passsou pelos anos 50,60,70 e até teve seus sucessos revisitados pelos rappers. Não faltaram inclusive contatos com os Beatles.Uma vida dura com direito a sexo, drogas, e é claro, Rock'n roll. A direção, brilhante, é do filho do Lawrance Kasdan, Jake, que inclusive contribui no roteiro. É um típico filme do Saturday Night Live, mordaz, irônico e crítico dos padrões norte-americanos. Lembra algo do lançamento do Austin Powers. Recomendo como remédio, valeu !
quinta-feira, 26 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
A FAMÍLIA SAVAGE
O Filme " A família Savage" é uma produção americana de 2007, escrita e dirigida por Tamara Jenkins, e estrelado por Laura Linney , Phillipe Seymour Hoffman ( os dois irmãos) e Phillip Bosco ( como o pai). Os filhos são obrigados a cuidar do pai velho e doente, e isto sem dúvida alguma dá um bom filme, pois velhice, morte e conflitos familiares sempre são um bom prato, desde que não se caia no melodrama barato. O filme não é ruim, dá prá ver, mas o tema poderia ser melhor aproveitado. Os atores estão muito bem, mas as vezes o filme fica chatinho. Em matéria de velhice e família, um grande filme é o brasileiro " Em Família" do Paulo Porto de 1970. Se você conseguir ver num canal Brasil destes da vida, não deixe de fazê-lo, pois certamente você acabrá chorando e não sairá barato, pois o filme é muito bom e os atores excelentes. Enquanto isto, " A Família Savage" é um bom aperitivo.
domingo, 22 de junho de 2008
"O MESTRE DOS MARES"
O Mestre dos Mares- O lado mais distante do mundo, é uma produção de 2003, e trata-se de um bom filme de aventuras. Roteiro e Direção do australiano Peter Weir, que ficou famoso com a direção de "Sociedade dos Poetas Mortos" e depois " O Show de Truman" e o bom desempenho de Russel Crowe e Paul Bettany ( o Tom de Dogville) como o capitão e o amigo médico. Me lembrei muito de minha adolescencia, onde tinhamos uma certa fartura deste tipo de filme de aventura que não eram feitos para retardados. Piratas, aventureiros, soldados, oficiais, heróis e bandidos, povoavam as telas em produções que a indústria não tinha dificuldade alguma em misturar ação, aventura e até mesmo romance ( ausente neste caso). Tenho a impresão de que o nível dos filmes de aventura caiu demais, por isso quando sai um bom como este, vale a pena ver, sem grande pretensões, você acaba se divertindo e ficando preso à trama até o final. Uma nota sobre o Russel Crowe que sem ser magnífico consegue mesclar ação e melancolia como raros atores.
sábado, 21 de junho de 2008
"O ESCARLATE E O NEGRO"
O filme é uma produção original para a TV, de 1983, estrelada por Gregory Peck, como o monsenhor Hugh O'Flagherty, um membro do Santo Ofício, irlandês, que do Vaticano neutro, ajudou muitos refugiados na ocupação nazista. O Gregory Peck é um daqueles atores que toma com sua personalidade forte o personagem, e quase não deixa espaço para o próprio. Completam o elenco de astros, o sempre correto Cristopher Plummer ( que sempre faz algum militar, aliado ou alemão) e Jonh Gieguld (Sir) como um ótimo Papa Pio XII que passou à história como o Papa de Hitler. O filme, embora um tantinho de nada longo, traz muitas questões e é muito bem conduzido por Jerry London ( especialista em TV). A postura dúbia do papa ( justificável como pensa o filme ou não), questões de moral e de postura e coragem,e um excelente final em que o coronel alemão pede ajuda ao inimigo para passar sua família pela fronteira, valem o filme. Quem entende TV como sinônimo de distração fútil, pode se surpreender. está na coleção dos clássicos em DVD !
CLUBE DA LUTA
Clube da Luta ( Fight Club - 1999) é um dos daqueles filmes, que separei após ver pela primeira vez para uma nova olhada posterior. É um grande filme ! Um excelente trabalho do diretor David Finch ( ligado mais ao mundo dos efeitos especiais e clips ) e de três soberbos atores, Edward Norton, Brad Pitt e Helem Bonham Carter. Merecem crédito também o escritor Chuck Palaniuk e o roteirista Jim Uhls. Norton é o narrador, um homem médio, refém da sociedade de consumo, com uma vida insípida e insone, que o leva a procurar grupos de auto-ajuda diversos em busca de sentimentos humanos. Nestes grupos conhece outra frequentadora Marla (Helem) que é um ícone de desespero e auto-destruição. Aos poucos, o narrador vai conhecendo Tyler ( Brad Pitt- fantástico) um seu alter-ego, que representa tudo aquilo que ele não é, como amante e como homem. Neste sentido, o filme me fez lembrar muito de " O Magnifico", uma produção de 1973 de Phillipe de Broca, com Jean Paul Belmondo fazendo Bob Saint Clair,um escritor de vida vazia e insipida que colocava em seu personagem todas as suas frustrações pessoais. Jack/Tyler se dedicam a clubes de luta, onde a violência animal (essencialmente masculina no filme) se transforma em prazer associado ao masoquismo, à dor e a uma dose de auto-destruição, e vai construindo um movimento de massas anárquico. Para quem está acostumado a assistir a violência como espetáculo, o filme é perturbador e cruel, pois localiza dentro de nós esas idéias da violência, da agressão, da morte e da destruição. O filme é muito bom, e infelizmente para ele, o narrador só se dá conta de que ele mesmo é Tyler, muito tarde, quando não há mais nada para fazer a não ser suicidar-se para dar fim às loucuras de Tyler. Essa é uma boa pedida para a sessão Vale a pena Ver de Novo ! Uma obra de arte.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
"O CEU QUE NOS PROTEGE"
O Filme " O céu que nos protege" , é uma produção de 1990, do Bernardo Bertolucci, baseada em um livro de Paul Bowles. Como quase toda a produção do Bernardo Bertolucci, é um filme que carrega na questão psicológica, de um casal de aventureiros -viajantes que junto com um amigo resolve flanar pelo norte da áfrica. As questões subjetivas do casal, como por exemplo entregar-se ao acaso e fugir do estabelecido, são chatas e não justificam o filme, mas isto é também uma apreciação subjetiva minha. Há quem delire em enxergar aspectos psicológicos profundos em mais de duas horas. O pano de fundo do jogo subjetivo entretanto, é um brilhante conjunto de imagens sobre a realidade física e um pouco cultural da região, algo assim como um "National Geografic". Isto é que o filme tem de mais interessante, além de um bom desempenho da Debra Winger e do Jonh Malkovich. Porém é pouco para transformar a extensa narrativa em algo mais digerível. Fica chato no total. Bastante aquém de " O último tango em Paris", "La Luna" e " Os Sonhadores".
quarta-feira, 18 de junho de 2008
"SANGUE NEGRO"/ THERE WILL BE BLOOD
Não há muita divergência quanto ao fato de que o grande lance de "Sangue Negro" (2007) é o desempenho do Daniel Day Lewis. Tanto é assim, que ganhou o prémio maior da indústria, O Oscar para o melhor ator. A cena dele recebendo o batismo para conseguir a permissão do arrendamento e depois obrigando o pastor a se dizer falso profeta, quase que vale o filme. Quanto ao filme, a estória é boa, mas achei lento e bem abaixo de outros trabalhos do Paul Thomas Anderson como diretor, principalmente " Magnólia" e o excelente "Boogie Nights". Recentemente, no festival dos filmes do Robert Altman no CCBB, ficou claro que o PaulThomas Anderson se considera assim como um discípulo do grande diretor, mas precisa pegar o jeito de contar a estória com menos lentidão. Tem horas que o filme se arrasta e chega a ser quase chato. Mas o Daniel Day Lewis salva o espetáculo, lembrando suas memoráveis atuações em Meu Pé Esquerdo, As Bruxas de Salem, Em Nome do Pai e Gangues de Nova Iorque.
terça-feira, 17 de junho de 2008
"O SUSPEITO" ( RENDITION)
O filme “ O suspeito” ( não confundir com “os suspeitos”) tem o título original em Inglês de “ Rendition” que se refere a uma lei pós 11 de setembro, que autoriza o governo norte-americano a sequestrar suspeitos e a prática de outros tipos de torturas. A produção é norte-americana (2007) e o filme é dirigido pelo sul-africano Gavin Hood. Trata-se uma das muitas produções pós-11 de setembro e certamente merece ser visto, sem ser maravilhoso. Um dos pontos altos do filme é a utilização de um elenco de atores intermediários (elenco de apoio) com características físicas e culturais da região. O melhor desempenho para mim é disparado do ator israelense Yigal Naor, que faz o líder árabe encarregado das torturas. O pior desempenho disparado, e olha que esta opinião é quase unânime é da Reese Whiterspoom, sem preconceito ou perseguição, mas é que ela não consegue mesmo ! Alan Arkin e Meryl Streep tem bons desempenhos. Pessoalmente acho o desempenho de Jake Gillenhaal e Peter Sarsgaard (o agente de informações e o assessor do senador respectivamente) fracos, mas há quem goste. O tema “tortura” não é propriamente uma novidade para nós brasileiros, (se você gosta do assunto, veja “Batismo de Sangue”, os meus posts sobre “o Coronel” e Tropa de Elite, e há também trabalhos mais consistentes sobre a discussão de 11 de setembro. Particularmente gosto muito de “Terra da Fartura” (“Land of Plenty”) de 2004, do Win Wenders, “ Paradise Now” do palestino Hany Abu-Assad e os onze filmes de duração de 11 minutos com cineastas do mundo todo sobre o ataque às Torres Gêmeas, mas ainda assim ( sem pretensões de grande reflexões ou mensagens sobre o assunto) ainda há bastante interesse neste “O suspeito”, que é um filme bem feito e bem dirigido.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
HONRA SECRETA
Mais um Altman da difícel acesso, o filme em questão da década de 80, é fabuloso, pois trata-se de um monólogo filmado, em que o ator Philip Baker Hal, que tem extensa filmografia na TV e no cinema americano ( lembrei dele em Dogville) arrasa no papel de um Richard Nixon, que dialogo com os quadros dos grandes presidentes norte-americanos e regado a Whisky, Freud e história norte-americana recente, destila suas impressões sobre Henry Kissinger, os Kennedy, Bush e um punhado de políticos nossos conhecidos da metrópole. Vale a pena pelo desempenho do ator, que consegue sustentar mais de hora e meia de monólogo, sem encher o saco, a não ser é claro que você não goste e nem queira saber nada sobre a história do EUA e o escândalo Watergate, que na versão mostrada por Robert Altman, foi uma estratégia do próprio Nixon para se desvencilhar de compromissos assumidos em sua ansia de poder. Trata-se portanto de algo construído em cima do mito de Fausto. Muito bom.
domingo, 8 de junho de 2008
JAZZ -34
Jazz 34 é um dos muitos filmes do Robert Altman que estão na mostra do CCBB, e na verdade é uma grande jam session que reproduz algo que está bem presente no imaginário do diretor, nascido em Kansas City que é o clima do Jazz. Não sei bem se é algo que possa ser traduzido em palavras, mas é algo que voce vê na fisionomia dos músicos ( todos os atores são grandes músicos que encenam os músicos do passado) que é o prazer de simplesmente tocar. Acho que é algo parecido com uma roda de samba ou uma mesa de chorões. Algo que faz o ambiente. Se é cinema? Não sei, mas é música e é arte, disto não há dúvida !
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