quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Esse é o segundo post sobre “Ensaio sobre a Cegueira”, mas o primeiro foi propaganda da filmagem. Aliás falando em propaganda, semana que vem, a partir do dia 27 tem uma série de filmes do Truffaut no Centro Cultural da Caixa. (Blindness) de 2008 é uma obra de arte cinematográfica construída em cima de uma obra de arte da literatura. O livro é muito mais “pesado”, confesso que até hoje não consegui passar do meio, e estou postergando o resto para quando tiver mais estômago, mas a medida que os anos passam acho que vou ficando mais mole. O tratamento cinematográfico permite que se veja até o final. Que fantástico o trabalho de fotografia, de direção de arte, de direção, dos atores, especialmente a Juliana Moore (em seu melhor trabalho, para mim) e o Danny Glover. Mas o melhor de tudo é o roteiro de Don Mckellar que é ruim como ator, mas fantástico como roteirista, pois não é fácil pegar uma obra prima e fazer um roteiro. Filme que conforme consta do extra (making of) fez chorar o Saramago e todos nós (acho que foi a primeira vez que me emocionei em um Making Of !) O Filme tem muita coisa para refletir sobre nós mesmos, são tantos os momentos bons. Eu particularmente gosto de um pedaço quase no final com o Danny Glover e a Alice Braga, quando ele deixa bem claro que prefere aquela situação que eles estavam vivendo do que a anterior quando tinham visão. Mas dá prá escolher muitos outros momentos fantásticos. Parabéns para o Fernando Meirelles, e toda a equipe, sem dúvida alguma!



terça-feira, 20 de janeiro de 2009

OS REIS DA RUA

"Os reis da Rua" ( Street Kings) é um filme de ação policial de 2008, estrelado pelo Keanu Reeves e pelo Forrest Whitaker. Confesso que quando li a sinopse não fiquei muito animado- policial durão ( ainda mais vivido pelo Keanu Reeves), parceiro morto, policial corrupto, não achei que tinha alguma novidade, e aqui entre nós, ninguém acredita mais em conto de fadas e luta do bem contra o mal, mesmo na polícia dos EUA. Quase perdi um grande filme ! O excelente roteiro de james Elroy e Kurt Wimmer ( o primeiro é quase um especialista) e a boa direção do David A|yer fazem um bom filme, em que as soluções fogem do maniqueísmo e no final poderíamos dizer que a violência tem sempre alguém e alguns interesses por trás. O final é muito bom. Pena que o Keanu Reeves seja um tipo de ator mais facial do que corporal, mas não chega a destoar muito. e o filme vale a pena em meio a muitas repetições, violência gratuita e clichês que infestam este meio dos filmes policiais de ação.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A SOLUÇÃO FINAL


"A Solução Final" é a tradução de "Eichmann" filme de 2007, que é totalmente baseado no interrogatório do comandante nazista preso na Argentina na década de 60. O filme tem uma dupla mensagem política- em primeiro lugar procura mostrar o esforço de Israel em dar um julgamento que não fosse baseado em simples vingança, e neste sentido, até mesmo colocar o interrogador, um oficial israelense, como tendo seu pai enviado ao campo de concentração pelo carrasco nazista, se fez, e nem assim o oficial abriu mão de seus princípios baseados na justiça. O segundo objetivo é transcrito em uma mensagem escrita ao final do filme, de defesa da democracia, pois segundo o filme apenas em regimes ditatoriais surgem figuras como Eichmann. Nenhuma discordancia, porém, sabemos hoje, e esta informação é atual, que supostas democracias como Israel também censuram a imprensa e manipulam não apenas a "opinião pública" mas o jogo político e com o mesmo antigo argumento de combater inimigos terríveis que atentam contra nossa soberania, suprimem-se liberdades e vidas humanas e não se vê nenhuma preocupação com a justiça ou qualquer direito. É um filme apenas razoável, pois perde-se em muitos momentos a ilusão de realidade, principalmente com o comportamento do Eichmann preso. Vale mais para quem gosta da matéria.

domingo, 18 de janeiro de 2009

UNIDOS PELO SANGUE

"Unidos pelo Sangue" é a tradução de "Threee Needles", um filme canadense de 2005, do diretor Thom Fitzgerald, que dá um panorama multicultural da AIDS em três realidades distintas, ou seja zona rural da China, Canadá e Costa Africana. Não é dos melhores filmes para você ver quando estiver com raiva da humanidade, pois o filme não vai te ajudar em nada. Quer seja no trato do comércio de sangue, na falta de cuidados no sexo profissional ou na adoção de modos de vida tradicionais e retrógrados do ponto de vista da saúde e da ciência, o filme não traz uma mensagem positiva em relação ao ser humano. Parece ao final do filme, que as religiões e os governos falharam na construção de um patamar ético para as relações humanas. O filme não é ruim, você pode ver, mas está avisado. É também a sua chance de ver a norte-americana descendente de chineses, Lucy Liu em um papel diferente.

sábado, 17 de janeiro de 2009

OS DESAFINADOS

"Os Desafinados" é uma produção do Flávio Tambellini, de 2008, dirigido pelo Walter Lima Junior, com bons atores ( Rodrigo Santoro,Angelo Paes Leme, Selton Mello, Alessandra Negrini, Claudia Abreu), direção musical do Wagner Tiso, fotografia do Pedro Farkas, ou seja um bom time, uma boa idéia (um grupo de músicos brasileiros bossa-nova que partem para uma tentativa de carreira em Nova Iorque). O filme consegue mostrar com razoável dose de realismo as dificuldades e o momento vivido, inclusive o caso do pianista brasileiro Tenório Junior que foi sequestrado e assassinado pelas forças da repressão argentina ( o corpo nunca apareceu). O filme é um pouco longo demais, mas é bom, e acho que não fez maior sucesso porque acabou se misturando com a enxurrada de homenagens (algumas bobas) sobre a bossa nov, e para muitos neste assunto, literalmente"chega de saudade"! Vale a pena ver, sem maiores pretensões,

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O QUE VOCE FARIA ?

O que você faria? ( El Método) de 2005 é uma produção espanhola e argentina, dirigida pelo argentino Marcelo Pyneiro e baseada em uma peça de teatro do catalão Jordi Galceron, que aqui no Brasil está sendo encenada como " O método Gronholm" ( ou coisa muito parecida).E um bom filme, embora seja teatro filmado, em que sete pessoas se enfretam em um processo de seleção para um emprego, em, meio a protestos de rua contra o FMI e neste processo transparecem questões subjetivas, preconceitos e até sentimentos, que interferem muito e compõe uma encenação com forte sotaque psicológico. O lance do filme não é se deixar levar pelo suspense de advinhar quem é o escolhido, mas o processo pelo qual é escolhido e seus detalhes. Distrai com inteligência. Tem leve semelhança com o filme " A experiência" porém é mais subjetivo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ABOLIÇÃO

Minha reconciliação com a TV aberta tem sido feita com a progressiva melhora da TV Brasil e neste sentido, cabe destacar que grandes filmes tem sido exibidos, como este “Abolição” cujo diretor e roteirista é o ator e militante negro Zózimo Bulbul. Trata-se de um documentário de 1988 sobre a pós-abolição, que ajuda a mostrar uma faceta importante do país, que muitos preferem ignorar. A “libertação” veio acompanhada de uma política oficial discriminatória de imigração, que alijou os descendentes de africanos libertos da inserção normal no processo produtivo, sendo causa indiscutível, entre outras, da situação enfrentada nos dias de hoje por esta parcela de brasileiros. É um grande filme !



sábado, 10 de janeiro de 2009

COMÉDIA DO PODER

Meus conhecimentos de francês não são suficientes para identificar se a tradução melhor de "Ivresse du pouvoir" (2006) é mesmo " Comédia do Poder" embora esta tradução seja reprodução do inglês ( The comedy of power). Se for, trata-se quase sem dúvida de um grande equívoco, pois não há nada de comédia no filme. O diretor Claude Chabrol é quase um ícone francês e a atriz principal, Isabelle Hupert é muito boa, mas o filme deixa muito a desejar. Poderia ser excelente pois prometia ser um embate entre questões subjetivas ( vaidade, ambição,etc...) que atingiriam uma juíza investigando escândalos financeiros com a petrolífera estatal francesa, mas o filme não consegue exprimir nada. os personagens são todos estranhos, a juíza,o marido, o sobrinho, os empresários e políticos, ninguém apresenta aspectos subjetivos interessantes, nem deixa a entender quais são as suas motivações ( sociais, políticas ou subjetivas) para suas condutas. É um filme que tem muitos similares no cinema francês que as vezes é muito bom, e as vezes só pretensioso- acaba de repente e você não consegue encontrar o sentido. Um desperdício de estória...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

SCORSESE,DYLAN E STONES



Este é um post duplo, que aliás completa dois outros, escritos em 28/10 e 04/11 sobre a série de filmes sobre Soul produzidos por Martins Scorsese e o outro sobre o filme "Não estou Lá" sobre o Bob Dylan. Este aqui falará sobre dois documentários - um intitulado " No direction Home" sobre o Bob Dylan de 2005 e o outro "Shine a Star" de 2008 sobre o Rolling Stones. De antemão, gostei muito do primeiro sobre o Bob Dylan e nem tanto do segundo sobre os Stones. Parece que uma atitude meio que reverencial ( que aliás transparece no filme) diante dos Stones, transforma o filme na mostra de um show recente com cenas documentais do passado, a maior parte entrevistas, que fazem um resultado pouco conexo. Já o primeiro é um brilhante documentário ! Minha vivência em Rolling Stones não era lá estas coisas, pois confesso que embora sentisse a alma de suas músicas (sem dúvida alguma "Satisfaction" era o hit) também me fazia falta um maior rigor técnico nas músicas e achava algumas meio que primárias. Aos poucos com o passar dos tempos, fui dando cada vez menos valor a esta técnica e maior valor ao sentimento, me identificando cada vez mais com os Stones. O filme é uma decepção neste sentido, pois não dá liga, não contextualiza nada e chega mesmo a parecer uma encomenda publicitária do tipo "Olha como ainda não estamos decadentes". Também não tinha grandes vivências em Bob Dylan. Nossa deficiência básica em Inglês, associado ao caráter dúbio de suas composições, transformava Bob Dylan em alguém que dizia coisas importantes, mas que ninguém entendia muito bem. Era Cult. É claro que tinha "Blowin the Wind" , " Like a Rolling Stone" e "Hurricane" que alguém explicava prá gente e a gente acabava gostando. Tinha uma certa implicância com a gaitinha também vá lá que seja. Depois do excelente documentário, você vai acabar entendendo tudo de Dylan, e principalmente um pouco mais sobre Folk Music, Estados Unidos dos anos 60, e sobre a trajetória de um ídolo e seu relacionamento tortuoso com fãs, amigos, imprensa e com o mercado. Vale muito a pena. Infelizmente perdemos a chance de fazer o mesmo com João Gilberto e a bossa nova. O tratamento cinematográfico que dão ao tema, me parece ridículo e infantil demais, ao contrário de bons livros escritos sobre o tema.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

ASSASSINATO EM PRIMEIRO GRAU

"Assassinato em primeiro grau" (Murder in the first é uma brilhante produção de 1995, do diretor Marc Rocco, e estrelada por quatro excelentes atores, Kevin Bacon (fantástico no filme) Christian Slater, Gary Oldman e Willim Macy. Trata-se de um filme de julgamento, julgamento de um homem que preso em Alcatraz pelo roubo de cinco doláres, tenta fugir e fica em uma solitária por três anos, e quando sai de lá mata o preso que o denunciou. O filme é baseado em fatos reais, e acredite, foi nos estados Unidos, em Alcatraz ( que hoje nem é presídio mais). O filme é brilhante, imperdível para quem gosta de "justiça e direito" ( aliás tem outro bom , acho que "lei e ordem" com a dupla Oldman e Bacon) e vale a pena ser visto sem dúvida alguma.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

RETRATOS DA VIDA


"Retratos da Vida" (Les uns et les autres) é o último post de 2008. Um filme clássico de Claude Lelouch, de 1981. O filme ganhou muita fama pela coreografia de Maurice Bejart para o Bolero de Ravel, dançada pelo argentino Jorge Donn (que eu tive o prazer de ver ao vivo no Aterro em 1989, antes da morte do dançarino-ator em 1992, dançando a mesma coreografia) e só por isso efetivamente já valeria a pena, mas é muito mais. É um filme longo para os atuais padrões (três horas) em que famílias da Russia, Alemanha, França e Estados Unidos vivem os anos do século XX e mostram como a guerra influiu em suas vidas. Pano de fundo, a música e a dança. Atores bons como James Caan (demasiado bom como sempre em dois papéis) Geraldine Chaplin, Robert Hossein, mostram duas gerações, que no final se entrelaçam em um espetáculo para a Cruz Vermelha. Há muitas questões levantadas pelo filme, mas a principal sem dúvida são as consequencias mais subjetivas da guerra nas gerações que adquiriram(?) a maturidade no período posterior. O filme é bom, sem ser excelente, mas cumpre bem o seu papel.Feliz 2009 para nós todos!

FRIDA


"Frida" é um excelente filme de 2002, da diretora Julie Taymor, cuja tarefa é bastante facilitada pela excelente escolha dos atores principais. Selma Hayek é certamente e fisicamente talhada para o papel e Alfred Molina como Diego Rivera não fica atrás (muito pelo contrário, se torna protagonista também, o que aliás tem rigor histórico). A personagem é fascinante, mas a maneira como é contada sua estória neste filme também é, de forma criativa e viva ( em nenhum momento do filme você o acha chato. Aqui não apenas a estória é bonita, mas também o filme ! Vale a pena re-ver !

sábado, 27 de dezembro de 2008

BIG FISH

"Tim Burton" é um dos grandes cineastas do "sobrenatural" ou se preferirem de uma vertente mais fantástica do "realismo mágico". Não é um dos meus estilos preferidos, mas gosto do "Edward Mãos de Tesoura" e da sua verão do Batman, que foge ao lugar comum. Este filme, "Big Fish" de 2003, é um bom filme, representativo da qualidade com que o diretor trata seus temas preferidos. Há ingredientes extras como os desempenhos do Ewan Mac Gregor, Jessica Lange e o sempre bom Albert Finney, mas não deixa de ser um filme de diretor, que fala sobre a desconstrução da imagem, da relação entre pai e filhos, mas basicamente sobre o romantismo e a fantasia. Não é tão bom quanto " Don Juan de Marco" que trata do mesmo tema com mais maestria, mas é bom.Provavelmente o Tim Burton não leu o Guimarães Rosa, mas tem tudo a ver com a "Terceira Margem do Rio".

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

COISAS BELAS E SUJAS

Coisas Belas e Sujas (Dirty Pretty Things) é uma produção britânica de 2002, do diretor Stephen Frears. O diretor, desde seu primeiro sucesso no cinema," Minha adorável Lavanderia" de 1985, já dizia que seria uma espécie de papa do multiculturalismo. No filme em questão, não há mudança de regra - Trata-se de mais um filme de Londres em que pouco se vê ingleses- turcos, nigerianos, eslavos, espanhóis e outras etnias se mostram em uma película de ação, que tem tons de drama, romance e comédia em torno do tráfico de órgãos. A coisa é mais bela do que suja, e o roteiro, sem nenhuma pretensão de seriedade ao seu final acaba sendo algo divertido e demonstrativo da enorme babel cultural em pelo menos uma grande parte de Londres. O grande desempenho é do ator inglês Chiwetel Ejiofor, que faz o nigeriano Owke, bem secundado pela francesa Audrey Tatou e pelo catalão Sergi Lopez, embora todo o elenco esteja muito bem. É um filme que distrai bem e do qual você não se arrepende de ter visto, quando muito para ver uma face do multiculturalismo que é menos falsa que a maioria dos produtos nesta área, pois aqui não se vêem " encontros culturais amistosos", sendo muito significativa uma fala final do ator que faz o personagem nigeriano respondendo a um inglês porque ele nunca o tinha visto (não vou reproduzir para não estragar e por ser em grande parte com vocabulário impróprio). Um bom filme,cujo roteiro, de Steven Knight foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original em 2004.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

SHOW DE BOLA

Show de Bola é um filme de 2005, lançado na Alemanha como " ruas do Rio", e no Brasil em 2008, do diretor alemão Alexandre Pickl, ambientado nas favelas do Rio. É um grande risco fazer um roteiro sobre um adolescente de uma favela que acredita estar no futebol sua chance de romper com um destino(?) cruel. O roteiro, que parece ter sido escrito a quatro mãos, corre este risco e não foge dos estereótipos normais, tipo "traficante que não quer o garoto trabalhando no tráfico, mas ele acaba se envolvendo, e ainda por cima se apaixona pela irmã do traficante, e por aí vaí". O filme só não descamba totalmente porque o Thiago Martins, egresso do grupo "nós do morro" dá um show de credibilidade a seu personagem, fazendo a fantasia parecer em alguns momentos real. O Lui Mendes até que se esforça como traficante, mas falta naturalismo em seu físico para o papel . Como retrato do Rio, acho uma tremenda forçada de barra, mas fazer o quê ...e Estereótipo é estereótipo. A trilha sonora é ajustada ( rap) e o trabalho do diretor é bom. Morno.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

UM JOGO DE VIDA E MORTE


Trata-se de um refilmagem de um filme da década de 70, chamado " Jogo Mortal", em que Lawrence Olivier fazia o papel mais velho e Michael Caine o mais novo. Agora Michael Caine faz o papel mais velho e Jude Law faz o mais novo. Eu não vi o clássico, mas acredito que a diferença seja gritante, embora não ache o Jude Law um mau ator, e ele está se especializando em fazer refilmagens como Alfie, o sedutor e All The Kings Men. estes dois eu vi as duas versões e nunca é a mesma coisa. Este em especial é mesmo teatro filmado, sem deixar de ser cinema, mas é quase todo centrado no desempenho dos atores e fica claro o quanto o Michael Caine consegue ser mais natural enquanto o Jude Law precisa forçar a mão e resvalar no caricato. A direção é do Kenneth Brannagh e para quem gosta do trabalho de bons atores vale a pena ver, sem dúvida. O roteiro é meio hermético, mas fala o tempo inteiro de um jogo de poder cotidiano e de uma espezinhação bastante humana. Achei a solução do policial totalmente fora de sintonia e estragou bastante o desenrolar da estória. Vou tentar ver o original para comentar.

domingo, 14 de dezembro de 2008

TANGO

O filme "Tango" é uma produção Carlos Saura de 1998, com todos os ingredientes das demais produções do diretor, e sempre um belo espetáculo para quem gosta de música e dança principalmente. O autor quase sempre filma a realização de um filme, falando sobre os limites da realidade e da arte, uma estória de amor, que normalmente envolve um ou mais personagens e o diretor e no meio disto, muita música e muita dança, coreografias fantásticas, enfim, um verdadeiro show com muita beleza, sentimento e emoção. Há uma coreografia em particular que trata dos anos de chumbo e da repressão, na Argentina, que é bastante criativa e merece ser destacada. Acho que quando uma fórmula dá muito certo, deve ser copiada ( a estrutura, é claro) e é isto que Carllos Saura faz muito bem. Não deixa de ver.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ANTES DA REVOLUÇÃO

Está rolando no CCBB uma mostra de filmes antigos do Bertolucci, e resolvi assistir o que parece ter sido o segundo filme do festejado diretor, um filme de 1964, "Antes da revolução", na qual ele faz uma espécie de " revisão" de um famoso romance de Sthendal, tendo como ambiente a cidade de Parma, que também parece ser o berço natal do diretor. Uma característica do Bertolucci é misturar subjetivismo e política, e alguns bons filmes já foram dirigidos por ele, como o recente " os sonhadores". Neste P&B o acento é quase todo no subjetivo, no romance entre o personagem principal e sua tia, que representam ambos tipos de burgueses, mas o filme não consegue deixar as relações claras e fica muito difiícil de entender os aspectos simbólicos que certamente devem estar presentes, restando um produto chato e pretensioso, que muitas vezes assola o cinema europeu da década de 60. Se você pensar no subjetivismo de `"O Último Tango em Paris"e "La Luna", por exemplo vai ficar claro o antecedente nesta película, mas para mim é muito tempo desperdiçado com questões muito particulares. Os atores pouco conhecidos, também não ajudam com o resultado e resta mesmo forte a impressão de desperdício....

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

HAIR


Faz muito tempo que não assisto " Hair" de Milos Forman(1979), mas resolvi me dar este presente de natal. É muito difícil eu gostar de um musical, mas quando gosto, acho fantástico, e este não é diferente. A parte musical e de dança do filme ( Twyla Tharp) é o seu ponto alto ! Não é um filme de ator, certamente e Jonh Savage, Treat Willians e Beverly D'Angelo são a prova disto, dão conta do recado, mas é só, e chega, pois o filme, mesmo com o foco na questão da guerra do Vietnam, demonstra toda a (contra) cultura dos anos 60, com sua rebeldia e seus cabelos compridos. Não há como deixar de ter alguma saudade, mesmo ciente de que a vida e a luta sempre continua.....

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

IDIOCRACY

Se você procura um filme de humor, aqui está mais uma boa pedida. " Idiocracy" é uma produção de 2006, do Mike Hudge, que é o responsável pela dupla Beavis e Butt-Head, o que em todos os Estados Unidos representa o máximo de humor sarcástico, irônico, e vai ver que este filme não deixa a peteca cair. O filme começa fantástico, a idéia é fenomenal. A evolução alija a inteligência e só os mais despreperados, ou melhor, os idiotas sobrevivem aos anos e são defrontados com uma pessoa mediana, que 500 anos depois , acorda de um projeto de hibernação das Forças Armadas. É bem verdade, que o filme cai um pouco e o final não tem a mesma força, mas até lá você já deu muitas risadas boas e melhor, como ainda não estamos na época em que passa o filme, podemos refletir um pouco. O ator principal, Luke Wilson, funciona muito bem para o filme, que não é um filme de atores, mas de roteiro, e que roteiro ! Também vale a pena observar as soluções ceonográficas que são fabulosas e ajudam muito. Vale a pena ver, e esquecer um pouco um certo clima televisivo...