Este é um post duplo, que aliás completa dois outros, escritos em 28/10 e 04/11 sobre a série de filmes sobre Soul produzidos por Martins Scorsese e o outro sobre o filme "Não estou Lá" sobre o Bob Dylan. Este aqui falará sobre dois documentários - um intitulado " No direction Home" sobre o Bob Dylan de 2005 e o outro "Shine a Star" de 2008 sobre o Rolling Stones. De antemão, gostei muito do primeiro sobre o Bob Dylan e nem tanto do segundo sobre os Stones. Parece que uma atitude meio que reverencial ( que aliás transparece no filme) diante dos Stones, transforma o filme na mostra de um show recente com cenas documentais do passado, a maior parte entrevistas, que fazem um resultado pouco conexo. Já o primeiro é um brilhante documentário ! Minha vivência em Rolling Stones não era lá estas coisas, pois confesso que embora sentisse a alma de suas músicas (sem dúvida alguma "Satisfaction" era o hit) também me fazia falta um maior rigor técnico nas músicas e achava algumas meio que primárias. Aos poucos com o passar dos tempos, fui dando cada vez menos valor a esta técnica e maior valor ao sentimento, me identificando cada vez mais com os Stones. O filme é uma decepção neste sentido, pois não dá liga, não contextualiza nada e chega mesmo a parecer uma encomenda publicitária do tipo "Olha como ainda não estamos decadentes". Também não tinha grandes vivências em Bob Dylan. Nossa deficiência básica em Inglês, associado ao caráter dúbio de suas composições, transformava Bob Dylan em alguém que dizia coisas importantes, mas que ninguém entendia muito bem. Era Cult. É claro que tinha "Blowin the Wind" , " Like a Rolling Stone" e "Hurricane" que alguém explicava prá gente e a gente acabava gostando. Tinha uma certa implicância com a gaitinha também vá lá que seja. Depois do excelente documentário, você vai acabar entendendo tudo de Dylan, e principalmente um pouco mais sobre Folk Music, Estados Unidos dos anos 60, e sobre a trajetória de um ídolo e seu relacionamento tortuoso com fãs, amigos, imprensa e com o mercado. Vale muito a pena. Infelizmente perdemos a chance de fazer o mesmo com João Gilberto e a bossa nova. O tratamento cinematográfico que dão ao tema, me parece ridículo e infantil demais, ao contrário de bons livros escritos sobre o tema.
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