sábado, 28 de fevereiro de 2009

CONSUMIDO PELO ÓDIO


"Consumido pelo ódio" é um filme do diretor Yoichi Sai, de 2004, estrelado pelo bom ator Takeshi Kitano. Confesso desde já, um quase que total desconhecimento e mesmo um certo estranhamento com o cinema e a cultura japonesa.O que me atraiu no filme foi a sinopse do roteiro, que pretende contar a história de um "self-made-man" ou seja, um homem que se fez sozinho, imigrante da Coréia e que criou família e empresa no Japão sempre desenvolvendo suas relações pesssoais com muita violência e agressividade. Uma espécie de anti-visão do oriental suave. O ator ajuda muito a compor a estória, mas há um detalhe que me chamou a atenção: Não há no filme nenhum indagação sobre os porquês, ou seja, em nenhum momento se busca qualquer explicação sobre o comportamento dos personagens. É tudo dado e pede resignação, mesmo quando há revolta( quer seja pelos filhos, quer seja pelos funcionários) tudo gira meio sem lógica, ou com uma lógica que me passou totalmente desapercebida. Há um conformismo que beira o irracional nos filhos e principalmente nas mulheres que são bestializadas e tratadas como meros objetos. É um filme longo, que dá prá ver se você não for muito exigente e não se importar em ver violência nas relações humanas. Como definiu um personagem da máfia japonesa sobre o personagem principal: é um monstro ( igual a muitos por aí).

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

ERA UMA VEZ UMA FAMÍLIA

" Era uma vez uma família" é um filme de 2002, do diretor britânico Shane Meadows, estrelado por um quarteto muito bom, que é o Robert Carlyle ( de "Ou Tudo Ou Nada", "Trainspotting"), Shiley Henderson,Rhys Ifans e a adolescente Finn Atkins. O título em inglês e alguma coisa na trilha sonora indicam uma releitura de westerns, no qual se defrontam o desajeitado, medroso e estável personagem de Rhys (Dek) e o jovial, irresponsável e egocentrico Jimmy , vivido pelo Robert Carlyle, disputando o amor da personagem de Shirley Henderson e de sua filha Marlene. A mãe ainda balança e muito pelo "louco" Jimmy, que a abandonou e a filha muitos anos antes, mas a vitória no duelo vai ter a participação decisiva da filha. Não chega a ser um grande filme, mas funciona. O problema é que os personagens periféricos e a própria visão britânica sobre os escoceses (Carlyle) e galeses (Rhys) beira o caricato e conduzem mais para o humor, do que para uma eventual pretensão de seriedade. Ainda assim vale a pena dar uma olhada!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

FARENHEIT 451

" Farenheit 451" é um dos clássicos de François Truffaut, de 1966. Uma fábula sobre uma sociedade do futuro, onde os livros são queimados, posto que inimigos, uma vez que provocadores de emoções perturbadoras, de sonhos e tudo o mais. Um dos bombeiros-algozes, treinado para queimar os livros, passa a ler alguns dos exemplares que devia combater, e com isso, sua "paz" familiar e social é invadida, e ele acaba se tornando anti-social ( há uma cena impagável do personagem principal "Montag" lendo para as amigas da esposa. Os atores principais ( Oskar Werner e Julie Christie) desempenham bem seus papéis, sendo que a atriz desempenha dois papéis, a esposa movida a pílulas e a da ativista pró-livros, mas o astro principal do filme é seu roteiro fantástico e para nosso desespero, bastante atual. Ter livros e ler ainda não são crimes, mas nada impedem que sejam em breve. Veja o filme!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ARTE.AMOR E ILUSÃO

Arte, Amor e Ilusão é a tradução brasileira para " The shape of things", uma produção de 2003, roteirizada e dirigida por Neil Labute, em cima de uma peça de teatro do próprio. É um filme sensacional, daqueles que você quase deixa de ver porque ele não parece ser um filme sensacional. Jovem tímido e quase meio idiota se relaciona com artista contemporânea e mais um casal de amigos. Você já viu algo assim não é? Não desligue, continue vendo, que após o começo meio "sessão da tarde", o filme fica fantástico e um sem número de questões são levantadas a partir do surpreendente roteiro. Infelizmente não dá prá contar mais! A Rachel Weisz, que aliás foi o principal motivo d'eu arriscar ver o filme está soberba e todos os demais cumprem bem o seu papel, inclusive o Paul Rudd. Uma arte e uma sociedade excessivamente ligada na "forma das coisas" são os alvos principais deste filmaço nota 10!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

BRAZIL


Este filme do diretor Terry Gilliam, de 1985 é um dos meus clássicos ! Sempre que posso re-vejo e cada vez mais fico impressionado. A estória de uma sociedade do futuro cheia de elementos do passado, como a burocracia em excesso, violência e tortura, ausencia de liberdade, entremeada de um romantismo mágico, fantástico. Para mim, não há como um brasileiro não saber porque o filme se chama Brazil, embora este pareça ser um mistério, não obstante a trilha sonora calcada na "Aquarela do Brasil". É muito imaginário e um desfile de excelentes representações, com lugar para o coadjuvante Robert De Niro como "herói" do gatilho. Pena que os demais filmes de Gilliam, exceto os realziados com o pessoal do Monty Phiton, usem muito este romantismo mágico mas sejam muito referentes ao folclore e cultura europeu ( irmãos Grimm e Muchausen).
Ainda assim o cara é gênio ! Dá prá fazer inúmeras leituras sobre o filme, inclusive da apropriação estética para o romantismo. Muito bom !

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O OUTRO LADO DA RUA

"O outro lado da rua" é uma produção nacional de 2004, dirigida e co-roteirizada pelo Marcos Bernstein. O filme é estrelado pela Fernanda Montenegro e pelo Raul Cortez, que compõe ambos com maestria, seus personagens. O roteiro, embora as vezes um pouco longo, não obstante a referencia inegável com Hitchcoch fala de uma mulher da terceira idade, sozinha em Copacabana, que participa de programa de policiamento comunitário e acredita ter visto um crime pela janela (indiscreta) de seu apartamento e caba ase envolvendo com o suposto criminoso. Dá prá falar sobre uma porção de coisas, e o filme fala, solidão, amor e sexo na terceira idade, acusação sem provas, tudo com o recheio de um filme tipo "noir". A direção é que perece ser o problema do filme. Há muitas cenas desconexas, que atrapalham o desenvolvimento da estória além, de alongá-la além do necessário. Ainda assim vale a pena ser visto, pois é uma boa estória, com grandes atores, especialmente a Fernando Montenegro em um grande papel. Como parece ter sido a primeira direção do Bernstein, que se dedica mais a roteiros, o cara promete.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

VINICIUS

Continuando na linha da busca dos grandes espécimes da raça humana, eis que assisti ao documentário " Vinicius" de 2005, de Miguel Farias Junior. O filme é muito bom e o foco é justamente a dualidade da formação erudita do fantástico poeta e sua irresistível atração popular, tudo regado a um romantismo atroz no qual os sentimentos e a ingenuidade transbordam a cada depoimento a cada música e a cada poesia declamada pela Camila Morgado e pelo Ricardo Blat. Meu Deus, o que é a Camila Morgado ! Nestes anos de reviver a Bossa Nova, interessante observar o papel de Vinicius nesta tensão entre o erudito e o popular e não é a toa a Nara Leão em "Pobre menina rica" e não é a toa também o Ofeu e Eurídice com todo pessoal do Teatro Negro, que depois se resolve na música com Baden Powel e os afro-sambas. Em resumo, uma vida rica, de um diplomata, bacharel em direito e poeta, que enriquece a música popular e ajuda a compor principalmente o Rio de Janeiro e o Brasil. Há muito que dizer, mas o melhor é assistir!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

AGUIRRE, A COLERA DOS DEUSES

O filme em questão é um clássico do cineasta alemão Werner Herzog, produção de 1972. É um precursor de "1492, a Conquista da América", de Ridley Scott, no qual, a natureza reina absoluta, dizimando os sonhos, aqui mal disfarçados da verdadeira loucura, que foi o episódio da colonização. Fica bastante claro o quanto somos frutos desta loucura, entremeada de violência e ambição. Alguns acham até hoje, que a natureza vai dar a última palavra. Brilhante atuação do Klaus Kinski, que além de uma galeria de personagens estranhos, deixou a bela Nastassia como filha. O diretor continuou na mesma linha(fronteira da sanidade) e produziu em 1974, " O enima de Kaspar Hause". Vale a pena re-ver.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

DÚVIDA

Candidatíssimos ao Oscar de melhores atores, Meryl Streep e Phillip Seymour são realmente, como aliás tem sido acentuado pela quase que unanimidade da crítica, o rande diferencial de " Dúvida" ( Doubt) de 2008. A interpretação dela, sobretudo, é impressionante, pois encarna a rigidez em um papelo quase que feito sob medida. O Phillip Seymour que é um fantástico ator, tem um certo ar cômico (irônico) que a meu ver atrapalha um pouco o personagem. Gosto muito de filmes sobre acusações e provas,l sobre a moral e etica, e este é um legítimo representante, mas o roteiro e a direção deixam o filme perder um pouco do foco no final. Ainda assim, certamente vale a pena ver, e mesmo sem ver os demais, e a Kate Winslet, acho que a Meryl Strep é forte candidata mesmo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

PAULINHO DA VIOLA-MEU TEMPO É HOJE

"Paulinho da Viola- Meu tempo é hoje" é um documentário de 2003, dirigido pela Izabel Jaguaribe, que também assina o roteiro com Zuenir e Joana Ventura. Paulinho da Viola é assim como se fosse um "Herói dos nossos tempos"- uma pessoa que dignifica muito a nossa raça, e cuja simplicidade, humildade, e criatividade, sempre nos enchem de alegria. Talvez seja um dos símbolos do Rio de Janeiro, pelo menos de uma de suas melhores faces que é o subúrbio. O filme consegue passar tudo isto, e por isso é um bom documentário, e com enfoque filosófico, ou seja, a disposição do compositor em mostrar seu pertencimento ao hoje, desfila músicas belíssimas. "Argumento", "Sinal Fechado"e"Foi um Rio que passou em minha vida", estão no panteão das imortais. Mesmo que você seja ruim da cabeça e não goste de samba, vai gostar de saber que existem pessoas como Paulinho da Viola.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

LINHA DE PASSE


"Linha de passe" foi o filme brasileiro selecionado para o festival de Cannes em 2008, e a atriz Sandra Corveloni ganhou o prémio de melhor atriz. O filme é dirigido por Walter Salles e pela Daniella Thomas que também assina o roteiro com George Moura. Recentemente postei algo sobre o perigo dos estereótipos em um filme sobre o Rio. Aqui também os temos, aos montes, só que com referência à São Paulo. Periferia, mano! Motoboys, jogadores de futebol (" peneira"), "bíblias" e motoristas de ônibus, além é claro da condição de empregada doméstica, das muitas mães solteiras, inclusive aquela simbolizada pela atriz principal, de vários filhos. Um filme com tantos estereotipos, só poderia se salvar pelo roteiro, mas sinceramente acho que o mesmo falhou...e de repente, a maldição do filme brasileiro, o filme acaba sem pré nem cabeça. O filme tem personagens, atores e cenário ( a cidade de São Paulo) capazes de expressar o cotidiano, mas tem um ritmo e um roteiro fraco, que na maior parte das vezes enche de sono e dá um clima de irrealidade na contramão da direção ( como as cenas do garoto dirogindo o ônibus ou o irmão indo para a "balada" com os playboys". É um filme morninho.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

ALEMANHA ANO ZERO

" Alemanha Ano Zero" (1948) é um dos clássicos da trilogia inaugural do chamado " Neo-realismo" dirigido por Roberto Rosselini. O pano de fundo do filme (característica do estilo) é a cidade de Berlim em 1947, totalmente em ruínas e o difícil cotidiano da população, tanto do ponto de vista material como moral. A não-utilização de atores profissionais (outra marca) tem benefícios e pontos negativos ( especialmente para quem gosta de cinema de atores, como eu). É sempre impressionante ver este pano de fundo e comparar com Berlim hoje, e ver como sessenta anos podem fazer grandes diferenças. Rosselini ao mesmo tempo que mostra algo (o realismo) que quer mostrar, conta uma estória subjetiva, com pitadas psicanalíticas, que depois influenciaram muita gente, entre elas Bertolucci por exemplo, além é claro, de todo o Cinema Novo no Brasil e a "Novelle Vague" na França. Não é um clássico à toa. Vale muito a pena!

sábado, 24 de janeiro de 2009

A PAZ É DOURADA


"A Paz é Dourada" é um documentário de Noilton Nunes, que assisti ontem no Canal Brasil. Não é fácil a construção da memória nacional, e o documentário que levou 20 anos para sua finalização, conta isto de forma criativa, tendo como foco de investigação a figura de Euclides da Cunha. O filme acaba contando a estória da virada do século passado, da influência positivista, da crença na ciência e no progresso das civilizações, e mostra o espírito aventureiro ( no melhor dos sentido), desbravador e o alcance geopolítico de sua formação. Ao mesmo tempo, o filme traça um interessante fio de decepção com a república e principalmente com os ideais republicanos, que atinge o próprio meio cinematográfico. Você não precisa c0ncordar interalmente com a versão pintada pelo autor do filme, mas ele pinta muito bem e de forma ampla. É um bom filme, inclusive formalmente criativo. Achei interessante também não se limitar ao estereótipo apenas da grande obra que é "os Sertões" que aparece no filme devidamente contextualizada. O filme se chamava originalmente "fronteiras" e depois mudou para " A paz é dourada" que obviamente nada tem a ver com o mesmo, e parece ter sido uma homenagem, assim como a participação, ao Grande Otelo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Esse é o segundo post sobre “Ensaio sobre a Cegueira”, mas o primeiro foi propaganda da filmagem. Aliás falando em propaganda, semana que vem, a partir do dia 27 tem uma série de filmes do Truffaut no Centro Cultural da Caixa. (Blindness) de 2008 é uma obra de arte cinematográfica construída em cima de uma obra de arte da literatura. O livro é muito mais “pesado”, confesso que até hoje não consegui passar do meio, e estou postergando o resto para quando tiver mais estômago, mas a medida que os anos passam acho que vou ficando mais mole. O tratamento cinematográfico permite que se veja até o final. Que fantástico o trabalho de fotografia, de direção de arte, de direção, dos atores, especialmente a Juliana Moore (em seu melhor trabalho, para mim) e o Danny Glover. Mas o melhor de tudo é o roteiro de Don Mckellar que é ruim como ator, mas fantástico como roteirista, pois não é fácil pegar uma obra prima e fazer um roteiro. Filme que conforme consta do extra (making of) fez chorar o Saramago e todos nós (acho que foi a primeira vez que me emocionei em um Making Of !) O Filme tem muita coisa para refletir sobre nós mesmos, são tantos os momentos bons. Eu particularmente gosto de um pedaço quase no final com o Danny Glover e a Alice Braga, quando ele deixa bem claro que prefere aquela situação que eles estavam vivendo do que a anterior quando tinham visão. Mas dá prá escolher muitos outros momentos fantásticos. Parabéns para o Fernando Meirelles, e toda a equipe, sem dúvida alguma!



terça-feira, 20 de janeiro de 2009

OS REIS DA RUA

"Os reis da Rua" ( Street Kings) é um filme de ação policial de 2008, estrelado pelo Keanu Reeves e pelo Forrest Whitaker. Confesso que quando li a sinopse não fiquei muito animado- policial durão ( ainda mais vivido pelo Keanu Reeves), parceiro morto, policial corrupto, não achei que tinha alguma novidade, e aqui entre nós, ninguém acredita mais em conto de fadas e luta do bem contra o mal, mesmo na polícia dos EUA. Quase perdi um grande filme ! O excelente roteiro de james Elroy e Kurt Wimmer ( o primeiro é quase um especialista) e a boa direção do David A|yer fazem um bom filme, em que as soluções fogem do maniqueísmo e no final poderíamos dizer que a violência tem sempre alguém e alguns interesses por trás. O final é muito bom. Pena que o Keanu Reeves seja um tipo de ator mais facial do que corporal, mas não chega a destoar muito. e o filme vale a pena em meio a muitas repetições, violência gratuita e clichês que infestam este meio dos filmes policiais de ação.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A SOLUÇÃO FINAL


"A Solução Final" é a tradução de "Eichmann" filme de 2007, que é totalmente baseado no interrogatório do comandante nazista preso na Argentina na década de 60. O filme tem uma dupla mensagem política- em primeiro lugar procura mostrar o esforço de Israel em dar um julgamento que não fosse baseado em simples vingança, e neste sentido, até mesmo colocar o interrogador, um oficial israelense, como tendo seu pai enviado ao campo de concentração pelo carrasco nazista, se fez, e nem assim o oficial abriu mão de seus princípios baseados na justiça. O segundo objetivo é transcrito em uma mensagem escrita ao final do filme, de defesa da democracia, pois segundo o filme apenas em regimes ditatoriais surgem figuras como Eichmann. Nenhuma discordancia, porém, sabemos hoje, e esta informação é atual, que supostas democracias como Israel também censuram a imprensa e manipulam não apenas a "opinião pública" mas o jogo político e com o mesmo antigo argumento de combater inimigos terríveis que atentam contra nossa soberania, suprimem-se liberdades e vidas humanas e não se vê nenhuma preocupação com a justiça ou qualquer direito. É um filme apenas razoável, pois perde-se em muitos momentos a ilusão de realidade, principalmente com o comportamento do Eichmann preso. Vale mais para quem gosta da matéria.

domingo, 18 de janeiro de 2009

UNIDOS PELO SANGUE

"Unidos pelo Sangue" é a tradução de "Threee Needles", um filme canadense de 2005, do diretor Thom Fitzgerald, que dá um panorama multicultural da AIDS em três realidades distintas, ou seja zona rural da China, Canadá e Costa Africana. Não é dos melhores filmes para você ver quando estiver com raiva da humanidade, pois o filme não vai te ajudar em nada. Quer seja no trato do comércio de sangue, na falta de cuidados no sexo profissional ou na adoção de modos de vida tradicionais e retrógrados do ponto de vista da saúde e da ciência, o filme não traz uma mensagem positiva em relação ao ser humano. Parece ao final do filme, que as religiões e os governos falharam na construção de um patamar ético para as relações humanas. O filme não é ruim, você pode ver, mas está avisado. É também a sua chance de ver a norte-americana descendente de chineses, Lucy Liu em um papel diferente.

sábado, 17 de janeiro de 2009

OS DESAFINADOS

"Os Desafinados" é uma produção do Flávio Tambellini, de 2008, dirigido pelo Walter Lima Junior, com bons atores ( Rodrigo Santoro,Angelo Paes Leme, Selton Mello, Alessandra Negrini, Claudia Abreu), direção musical do Wagner Tiso, fotografia do Pedro Farkas, ou seja um bom time, uma boa idéia (um grupo de músicos brasileiros bossa-nova que partem para uma tentativa de carreira em Nova Iorque). O filme consegue mostrar com razoável dose de realismo as dificuldades e o momento vivido, inclusive o caso do pianista brasileiro Tenório Junior que foi sequestrado e assassinado pelas forças da repressão argentina ( o corpo nunca apareceu). O filme é um pouco longo demais, mas é bom, e acho que não fez maior sucesso porque acabou se misturando com a enxurrada de homenagens (algumas bobas) sobre a bossa nov, e para muitos neste assunto, literalmente"chega de saudade"! Vale a pena ver, sem maiores pretensões,

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O QUE VOCE FARIA ?

O que você faria? ( El Método) de 2005 é uma produção espanhola e argentina, dirigida pelo argentino Marcelo Pyneiro e baseada em uma peça de teatro do catalão Jordi Galceron, que aqui no Brasil está sendo encenada como " O método Gronholm" ( ou coisa muito parecida).E um bom filme, embora seja teatro filmado, em que sete pessoas se enfretam em um processo de seleção para um emprego, em, meio a protestos de rua contra o FMI e neste processo transparecem questões subjetivas, preconceitos e até sentimentos, que interferem muito e compõe uma encenação com forte sotaque psicológico. O lance do filme não é se deixar levar pelo suspense de advinhar quem é o escolhido, mas o processo pelo qual é escolhido e seus detalhes. Distrai com inteligência. Tem leve semelhança com o filme " A experiência" porém é mais subjetivo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ABOLIÇÃO

Minha reconciliação com a TV aberta tem sido feita com a progressiva melhora da TV Brasil e neste sentido, cabe destacar que grandes filmes tem sido exibidos, como este “Abolição” cujo diretor e roteirista é o ator e militante negro Zózimo Bulbul. Trata-se de um documentário de 1988 sobre a pós-abolição, que ajuda a mostrar uma faceta importante do país, que muitos preferem ignorar. A “libertação” veio acompanhada de uma política oficial discriminatória de imigração, que alijou os descendentes de africanos libertos da inserção normal no processo produtivo, sendo causa indiscutível, entre outras, da situação enfrentada nos dias de hoje por esta parcela de brasileiros. É um grande filme !