quinta-feira, 9 de outubro de 2008

QUANTO VALE OU É POR QUILO

“Quanto vale ou é por quilo?” É um filme nacional de 2005, dirigido por Sergio Bianchi, que tem alguns aspectos positivos: Tem ótimos atores e atrizes em papéis interessantes (talvez com algum destaque maior para o Herson Capri, mas com ótimas participações de Ariclê Perez,Ana Lucia Torre, Lazaro Ramos e Silvio Guindane – Caco Ciocler está ruim). Tem a ótima “sacação” de fazer o paralelo das encenações de documentos históricos da escravidão com cenas contemporâneas de privatização da assistência social ( e do próprio Estado) e tem uma boa direção que não deixa ninguém morrer de sono e tédio, mas esbarra na aposta intencional de tratar com clichês e caricaturas, o que acaba tirando um pouco da seriedade ( que é pretensão) do filme. No final fica uma crítica estereotipada, que atinge inclusive o lado cinematográfico do filme, e como não descamba para o humor, assume integralmente o papel de libelo-acusatório, no qual a arte fica instrumental demais.



sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O ANO EM QUE NOSSOS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS

Para gostar um pouco do filme “O Ano em que nossos pais saíram de férias” (2006) dirigido pelo Cao Hamburger, foi preciso que eu fizesse um mergulho no meu passado, nos longínquos anos 70 e mais precisamente em 1970. É um filme fiel, ao que me recordo, ninguém falava de política, a maioria só se preocupava com futebol, e com o Brasil na copa. O filme procura retratar o período pelos olhos de um garoto, no bairro paulista do Bom Retiro. Aí o filme começa a não me dizer muita coisa, mas há um foco bastante evidente com a cultura judaica, e a figura do garoto como um Moisés. Há também uma evidente intenção de mostrar uma faceta multiculturalista do bairro, onde não falta um personagem negro. Não sei, soa meio assim, assim, e não chega a emocionar totalmente o sofrimento dos personagens ( é engraçado o filme passa um pouco frieza em termos de sentimento, embora trate de questões de sofrimento).. Os garotos estão bem e o outro único personagem que chama a atenção é o Schlomo, vivido por Germano Haint. Os demais são participações especiais. É um filme morno, eu acho.



quarta-feira, 1 de outubro de 2008

EU SOU POVO

"Eu sou Povo" é um bom filme sobre o grande compositor Candeia e sobre o G.R.A.N.E. S. Quilombo, criada por ele na década de 70. Garimpei da enorme oferta de títulos do excelente Festival do Rio. É um filme de Bruno Bacellar, Luis Fernando Couto e Regina Rocha muito bem feito, que tem uma primeira parte focada no compositor, em que metade da tela vai colhendo entrevista e a outra metade vai olhando de dentro prá fora do trem da central, criando um efeito interessante. Confesso que fica mais fácil de gostar quando se já é um admirador do personagem como eu, mas como diziam no passado, quem não gosta não é bom da cabeça...A poesia é forte e emocionante. Uma segunda parte mais focada na Escola criada pela fera, traz informações importantes e pouco divulgadas pela mídia (é claro) inclusive sobre a sua resistência. até hoje, nas mãos do ator Jorge Coutinho e outros tantos. Já tinha uma impressão que foi confirmada, não dá prá separar o compositor (e o artista) do militante, e a militância dá um grande sabor à arte. Meio que imperdível, destaco um trecho para reflexão: "...Não quero títulos, não almejo glórias, faço questão de não virar academia, tampouco palácio, eu sou o povo...."

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO

"Arquitetura da Destruição" é um filme-documentário de 121 minutos, do sueco Peter Cohen, fruto de suas pesquisas sobre o nazismo durante sete anos, lançado em 1989. Em se tratando de documentários, o Brasil não fica nada a dever aos estrangeiros como demonstram por exemplo "Notícias de uma Guerra Particular" do João Moreira Salles e quase todos os filmes do Eduardo Coutinho, mas este documentário é diferente e foge ao lugar comum dos muitos documentários sobre o nazismo. O filme, que é riquíssimo em imagens, tem uma tese: O nazismo era um projeto estético ( de embelezamento do mundo) e que empregou suas técnicas de propaganda e destruição para um objetivo que era um mundo harmônico e limpo. A maioria dos filmes sobre o tema enfatiza muito a bábarie nazista como se ela fosse o objetivo final e não um terível instrumento e o filme faz esta discussão, apresentando a escalada das teses eugenistas, o envolvimento da medicina, da arquitetura, das artes e demonstra o alto grau de planejamento. No campo das artes, a quase obsessão dos nazistas para com o retorno da antiguidade clássica greco-romana e com seus modelos de beleza, implicaram na rejeição à arte moderna ( tida como feia e degenerada). O filme defende sua tese com maestria, articulando este padrão estético com as medidas de higiene e ao final com o uso do gás. Trata-se de uma visão diferente, que contribui e muito para uma visão mais ampla do nazismo, principalmente para os que como eu privilegiam os fatores economicos na "determinação" social e política e que é muito importante neste atual momento europeu, onde as teses de discriminação contra os imigrantes ganham força política. Informação pode ser um ótimo entretenimento e este vale a pena !

sábado, 27 de setembro de 2008

PAUL NEWMAN (+)

A notícia da morte do excelente ator Paul Newman, nos leva a esta postagem especial, em homenagem ao mesmo. A primeira vez que me lembro do Paul Newman foi no auge do cinema catástrofe no excelente filme “ Inferno na Torre” e desde sempre (década de 70) ficou a imagem daquele ator que expressa em sua face, tudo aquilo que se quer dizer. Depois, muitos foram os filmes que vi (sem rigor cronológico) , com destaque especial para “O Golpe de Mestre”, “Exodus”, “ Marcado pela sarjeta” e “ Desafio à corrupção”.Acho que o estilo de atuar dele combinava mais com as películas da década de 60/70 onde transparecia jovialidade e sofrimento. Depois da década de 80, ficou com uma imagem mais de playboy ) talvez influenciado pelo gosto pelas corridas automobilísticas. O que lamentamos e muito é que estão indo embora os atores capazes de expressão facial e não surgem novos, com qualidade neste sentido particular da arte de atuar.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

SOMBRAS DE GOYA


Em uma espécie de comemoração pelas 100 postagens no blog e animado pela arte do Aleijadinho, assisti " Sombras de Goya" ( Goya's Ghosts) de 2006. É um filme de Milos Forman, o que por si só já anima, e me lembra "Hair" " Um estranho no Ninho" e "O Povo versus Larry Flint" entre outros clássicos. Muitos anos se passaram e o diretor continua tendo uma maneira inteligente de falar sobre assuntos importantes. Este não é diferente. É uma alegoria histórica construída em cima de tres personagens principais: O pintor espanhol Francisco Goya e sua obra (vivido e muito bem pelo já meio veterano ator sueco Stellan Skargaard), um ex-padre inquisidor Lorenzo, (vivido também com maestria pelo Javier Barden) e a bela Inês, filha de burgueses, presa e confinada pela inquisição na cadeia onde acaba tendo uma filha do padre, enlouquece e nem mesmo assiste a prostituição da filha ( também excelente a Natalie Portman). A figura e a obra do pintor são o personagem principal que assiste com sua dubiedade a decadencia da nobreza e do clero, sua derrocada pelo bonapartismo e posterior retomada dos Bourbons. Sem deixar de ser o pintor da corte, consegue ao mesmo tempo retratar seu declínio, e posteriormente denuncia a violência revolucionária, sempre com uma postura retratista, meio que distante, colecionando fantasmas e sombras que acabam por deixá-lo surdo. Há um diálogo muito bom entre o pintor e o ex-padre inquisidor que vira bonapartista ( aliás só esta transformação já dá assunto) Lorenzo, sobre o quanto ambos são prostitutos e o quanto acreditam em algo. Há também na construção do personagem feminino principal, uma coisa sempre muito presente nos filmes espanhóis que a posição da maternidade e da prostituição, só que acrescentada da loucura. Há sempre uma subalternidade...Se o filme é bom ? Se você gosta de um bom diretor, bons atores, roteiro criativo, um pouco de artes e história, é claro que é, se não, é melhor ver outra coisa que distraia mais.

domingo, 21 de setembro de 2008

ALEIJADINHO


“Aleijadinho- paixão,glória e suplício” ou “ O Aleijadinho”, é uma produção brasileira de 2001, dirigido por Geraldo dos Santos Pereira. O filme se propõe a contra a estória do artista brasileiro usando a técnica de flash back com a excelente Ruth de Souza fazendo o papel de nora do personagem, que conta sua estória para um historiador.Sentimentos nacionais á parte, é óbvio que o filme não funciona. Este tipo de filme “histórico” que fica no meio do caminho entre literatura e história, entre romance e documentário é muito difícil. Maurício Gonçalves que promete seguir a carreira do pai se esforça em um personagem difícil, mas o problema é que os personagens, mesmo a maravilhosa Maria Ceiça ficam perdidos na caricatura, da qual não escapam os mais experientes Carlos Vereza e Edwin Luisi. É um grande desperdício de grandes talentos, do diretor aos atores, passando pela trilha sonora de Edino Krieger e pelas belas imagens (talvez um dos maiores destaques). Há várias leituras do personagem Aleijadinho, me lembro de ter visto um filme, acho que com o Stenio Garcia fazendo o personagem, em que o aspecto subjetivo do artista é mais transparente, ou seja, explora-se a genialidade do artista como um aspecto de sua “doença misteriosa” que fica entre a loucura e a epilepsia. Neste trabalho de Geraldo Pereira dos Santos o que transparece primeiro é o sofrimento racial do artista, fruto da miscigenação e filho de escrava alforriada e posteriormente alijado da sociedade pela estética deformadora resultado de sua doença, mas o filme é superficial em transpor esta subjetividade para a arte, ou seja, fala-se sempre em características singulares da obra em outros momentos aponta-se para a existência de um “barroco brasileiro”.Embora tais questões artísticas sejam tratadas de forma muito sutil, a não ser por uma citação de Germain Bazin (historiador da arte e grande especialista em barroco) ao final do filme, cabe destacar tais referências como algo bastante positivo no filme.O chamado “estilo barroco” teve características bem diversas em vários lugares do mundo, sendo flagrante as diferenças entre o barroco desenvolvido nos países de colonização espanhola e no Brasil. A intencionalidade da imponência e do fausto em oposição ao “frugalismo” da contra-reforma, o rebuscamento e o “detalhismo” (figurativo ou abstrato) são algumas das importantes características do “ estilo”. A associação entre estas características e o período de exploração intensiva de mão de obra escrava nas minas é algo que poderia ser mais trabalhado pelo filme, pois toda imponência tem um custo, e talvez isto diga algo sobre a impossibilidade de um barroco em sociedades com regime de trabalho livre ou no mundo de salários globalizados, bem como em possíveis exceções em países com excesso gritante de oferta de mão-de-obra.Outro aspecto artístico que o filme levanta de leve é a influência negra na arte barroca brasileira, hoje já objeto de inúmeros estudos, que traceja o nosso barroco e o distingue do barroco em outros países inclusive europeus. A combinação da pedra com a madeira, os tons marrons, e as feições das figuras retratadas, são alguns destes pontos que mereciam um destaque maior. Assim como a religiosidade brasileira sofreu enorme influência da cultura negra, também a arte barroca caminhou passo a passo com esta inter-relação e a Igreja de Santa Efigênia em Ouro Preto talvez seja o símbolo maior de algo que já foi chamado de “ alma brasileira”.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O CAÇADOR DE PIPAS

O filme " O Caçador de Pipas" ( The Kite Runner- 2007) é uma produção americana, baseada no Best Seller de Kaled Hosseini. Não li este livro, o autor, mas outro, acho que "A estrada para o sol" ( se não me engano) . O que eu li é um bom livro, onde a boa estória serve de pano de fundo para uma viagem pela cultura, pela história e pela sociedade afegã. O filme também é assim, tem uma estória, que a meu ver é fraca, mas o interessante é o pano de fundo sobre a sociedade e a cultura afegã. Os que tentam dar uma qualidade a estória ficam presos a uma pretensa tentativa de "reparação" pelo personagem principal, ao resgatar o filho de seu amigo. Fiz leitura diversa, o personagem principal , totalmente mau- caráter e egoista, só decide ir ao Paquistão pelo amigo do pai e só decide resgatar o menino ao saber da verdade (que não vou contar aqui é claro). Alguém me disse: Ah é criança. Sim, criança mau-caráter. Mas não é issso que importa, o filme vale muito a pena para se conhecer uma outra cultura. Os atores são fracos em sua maioria e a escapada é ridícula, mas nada disso importa muito para que gosta de conhecer outras realidades.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

SHAFT


Houve tempo em que só havia a hoje chamada TV aberta e haviam muitos seriados de ação com detetives. O mais famoso, Kojak, com Telley Savallas,mas havia muitos outros Columbo,Hawai 5.0 e Shaft, cujo charme era sem dúvida explorar um pouco a questão da negritude, de um certo clima Black is Beautiful ( que risco escrever estas palavras em inglês...) O Filme uma nova filmagem pois houve um na década de 70, é de 2000, é um bom filme de ação, e embora eu não fosse um grande telespectador deste tipo de seriado ( via muito ocasionalmente) até onde me lembro, bastante fiel. Há dois pontos chaves, e o primeiro é a música tema, não há dúvida. Muita gente nem conhece o personagem, mas conhece a música. O segundo ponto é o desempenho bom do Samuel L. Jackson lnge dos personagens estereotipados que as vezes cansam, tem um desempenho que se destaca em seu olhar. Os outros atores também são muito bons, destaque para o Christian Bale, que antes de ser o Homem Morcego já se revelava um bom ator neste filme e no bom "Psicopata Americano" e para o Jeffrey Whright que faz o traficante Peoples. Ah e também o Richard Roundtree que fazia o Shaft na série. e no primeiro filme. O roteiro é padrão, perseguição de carro, muitos tiros, julgamento, mas o bom diretor Jonh Singleton, que também é um dos roteiristas, eque apareceu com o bom filme"Os donos da rua" consegue colocar na ação o racismo e uma certa crítica ao sistema policial-judiciário americano. Vale a pena, principalmente se você gosta de filmes de ação, ainda que previsivéis.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A FORTUNA DE COOKIE


A Fortuna de Cookie ( 1999) é mais um filme de Robert Altman. Só que é um filme ruim do Robert Altman. As duas únicas coisas boas do filme, são o retrato do cotidiano pasmaceira de uma cidade sulista e a trilha musical. O resto é uma bomba, a começar pelo roteiro, um primor de lugar-comum, suicídio de uma idosa, desavenças familiares, suspeitas, policiais-pescadores, uma conspiração para um filme tipo comédia leve. Mas nem isso o filme consegue, pela desastrosa atuação dos principais intérpretes. Da Glenn Close eu nem vou falar porque tenho certa implicância e acho suas interpretações sempre caricatas, mas a Juliana Moore está horrível, e a Liv Tyler e o Cris O'Donnel não são por assim dizer, destaques pela arte de interpretar. O filme fica no meio do caminho entre o pastelão e uma comédia mais leve de entretenimento tipo vesperal de sábado, mas sem nenhuma qualidade nos desempenhos. A coisa é meio sem pé nem cabeça, e o Robert Altman tem muitos outros filmes melhores.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

KEDMA

"KEDMA" é uma produção de 2002, do aclamado diretor israelense Amos Gitai, de quem só vi um pequeno episódio dirigido por ele no filme coletivo sobre as torres gêmeas e o 11 de setembro e achei bom. O filme em questão é bastante ruim. lento, totalmente voltado para passar ( de forma pouco artística) uma mensagem do diretor sobre questões judaicas e da formação do estado do Israel. Não se trata de concordar ou não com a mensagem ( a maior parte dela é de características subjetivas explicando comportamentos sociais e políticos), mas ela é formalmente muito fraca, ou seja, um personagem que se constroi como uma espécie de consciência alucina e faz um longo discurso ao final tornando o resto do filme quase que uma moldura débil. As idéias do diretor sobre algumas características do povo judeu são interessantes , mas a explicação para o conflito é bastante questionável. O filme é também uma espécie de homenagem ( releitura?) e faz algumas referencias ao premiado "Exodus" (1961) de Preminger, mas precisaria ver de novo para fazer estas relações e não sei se fiquei com vontade, pois o filme é bem fraco. Dizem que o filme bom dele é Kadosh (1999)...Pode ser.....Pelo menos o filme que tem longas e lentas cenas não é muito grande no total.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

O filme"A revolução dos bichos" (Animal Farm) de 1999, é uma produção inglesa, que tem os defeitos de todos os filmes feitos a partir de clássicos literários. O filme vira quase que uma ilustração do livro de George Orwell, que sem dúvida alguma, é uma das críticas mais profundas ao período stalinista da antiga União Soviética. Diga-se a favor do filme, que ele é bem fiel ao livro, e os animais são excelentes atores, ou seja, foram muito bem trenados. e há grandes atores ingleses fazendo suas vozes. Há uma cena pungente em que eles choram, que é algo digno do melhor cinema. No mais, trata-se de grande oportunidade para debates e um bom filme, que distraí também, mas que a meu ver, perde um pouco se você não tiver lido o livro. Uma boa oportunidade para fazer ambos.

domingo, 24 de agosto de 2008

O SENHOR DAS ARMAS


Eu sei que provavelmente, você,como eu, já viu " O Senhor das Armas", direção e roteiro de Andrew Niccol de 2005, estrelado ( e como) pelo Nicholas Cage e com excelentes desempenhos do Ethan Howke e Jared Letho. Mas certamento você há de convir que é um filme que vale qa pena ( e muito) ver de novo. Eu revi meio que obrigado por um curso de pós-graduação, mas com grande prazer.Um filme corajoso, político, que distrai, entretem, sem deixar de colocar o dedo na ferida da questão da indústria armamentista. Há muitas razões para vê-lo, mas cada vez mais você pode abordar uma ótica parecida e análoga se é que a questão da violência te incomoda. A cena quase no final do diálogo entre o traficante de armas Orlov (Cage) e o Policial Valentine ( Howke) chega a ser fabulosa, não apenas pelo seu conteúdo, mas pelo modo absolutamente emocional e seco que o Cage consegue dar. Certamente um destaque para " Vale a Pena Ver de Novo".

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

DE CORPO E ALMA

A tradução do título do filme " De Corpo e Alma" ( The Company) de 2003, pode induzir a erro, pois dá um caráter de folhetim a um bom filme que nada tem de novelesco, dirigido por Robert Altman e estrelado e produzido por Neve Campbell.O filme tem por objetivo narrar o cotidiano de uma companhia grande de dança, e o faz muito bem, com a marca de Altman, ou seja, não espere grandes tragédias, sacrifícios e exemplos extraordinários, grandes tormentos e personalidades muito complexas. O corpo e a alma são muito comuns, quer nas alegrias, como na festa do final de ano, nas comemorações, no namoro e até no boliche, quer na dor, como nas quedas, nos machucados, nos barrados,etc. O Malcolm Macdowel ( Astro de Laranja Mecânica e Calígula) faz um "fantástico" diretor, egoêntrico mas sem o excesso de espalhafato e o elenco é uma companhia de Ballet de Chicago. As cenas de dança são um colírio a parte para os que gostam como eu. O filme é muito bom, uma narrativa anti-romântica da dança.

domingo, 17 de agosto de 2008

O CÉU DE SUELY

Outro bom filme da seara nacional, "O Céu de Suely"(2006/2007) é um excelente filme do diretor Karim Ainouz, que já aparecera muito bem na direção do bom "Madame Satã". Neste filme ele é ajudado por um bom roteiro e pelo excelente desempenho do time feminino de atrizes, inclusive a ótima estreante Hermila Guedes. O filme é mais um produto de uma nova visão do nordeste, ( como também em Árido Movie") onde as motocicletas ocupam o lugar dos cavalos e a mulher tem um outro papel, outros questionamentos, e apresenta outros alternativas até então reseevadas nas décadas passadas aos homens. A fotografoa excelente do Walter Cavalho, a trilha sonora também. É uma boa estória que vale a pena ver, sem dúvida.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

MAR ADENTRO

Meus filhos escolheram ver o filme em questão, "Mar Adentro" (2004) de Alejandro Amenabar no dia dos pais. Possível mensagem subliminar a parte (rsrsrs) pois trata-se de um filme libelo a favor da eutanásia, é um bom filme, que inclusive ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Um pouco longo demais em alguns momentos, apresenta uma visão bem interessante em que aspectos legais convivem com aspectos familiares e subjetivos, tudo recheado pelo excelente desempenho de Javier Bardem. O tema eutanásia é pouco discutido em termos de cinema, gosto do " Declínio do império americano" por exemplo, mas acho que haveria possibilidade de mais roteiros sobre o tema. O Javier Bardem começou com filmes que ressaltavam apenas aspectos sexuais, como Jamon,Jamon e Ovos de Ouro e foi pouco a pouco ganhando respeitabilidade, culminando com " Onde os Fracos não tem vez" com o oscar de melhor ator coadjuvante e mesmo " O Amor nos tempos do Cólera" ( que ainda não vi...) Há cenas muito boas no filme, que de um modo geral, vale a pena !

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

MEU NOME NÃO É JONHY

Acabei de ver " Meu nome não é Jonhy" direção de Mauro Lima e roteiro do próprio e de Mariza Leão, Dizem que é o filme brasileiro mais visto deste ano e se for está muito bom, porque é muito bom filme! Um filme que se apoia principalmente no desempenho excelente do Selton Mello, mas todo elenco esá estupendo. A Cleo Pires é uma grata surpresa e todo o vasto elenco de apoio está muito bem. A Julia Lemmertz ( não é novidade) arrebenta e até o André de Biase está bom. Há uma grande dose de realismo no filme, principalmente na parte do filme que narra a escalada do João Estrella pelo tráfico. As vezes há algum excesso na responsabilização excessiva dos pais, mas pouca coisa que não chega a comprometer nem ficar estereotipado. A parte com o julgamento e a Juíza é a preferida de muitos, mas para mim peca um pouco por uma visão meio forçada do romantismo da recuperação. A Cássia Kiss também está bem e parece talhada para este papel de Juíza. As cenas no manicômio judiciário são excelentes, já as do presídio ou carceragem da polícia federal são ruins e desnecessárias, o justiçamento do cagüete e o conflito com os presos africanos chegam a ser ruins e fora de propósito.No mais, excelente direção, trilha sonora, e o Selton se tiver cuidado com uma certa super-exposição, desponta como um dos melhores atores da nova geração brasileira, e quem viu " o cheiro do ralo" e "saneamento básico" certamente confirma. Valeu e Muito !

VIVA VOZ

Meio que aberta uma pequena temporada no blog de filmes nacionais, o que sempre é uma atividade de risco, eis " Viva Voz" uma produção de 2004, do Paulo Morelli, que é um dos sócios da 02 filmes que tem se destacado na produção. O filme é tecnicamente bem feito ( esta é uma das marcas da produtora) e na verdade, é uma chanchada. Não é muito fácil definir, mas um filme engraçado, ( pelo menos esta é a pretensão) de perseguição, trama policialesca, em que não faltam os ingredientes básicos, tais como traições, golpes, vilões, assaltantes trapalhões, e até homossexuais afrescalhados. Não é um dos meus gêneros preferidos, mas tem muita gente que gosta. Os atores não são propriamente o melhor de se ver em nenhuma chanchada, ainda mais quando eles não são atores de chanchada como é o caso do Dan Stulbach ( está ruim prá caramba) e da Viviane Pasmanter. Já a Betty Goffman e a Graziela Moratto ( que é grande atriz) são mais do estilo. A filmografia brasileira tem muitos exemplares de chanchadas e este filme é mais um, não é ruim como exemplar do estilo e de certa maneira distrai se você não for muito exigente pode até rir um pouco. Li um comentário sobre este filme dizendo que era um sitcom dos muitos que são veiculados nas tevês abertas e fechadas brasileiras e que são o principal produto de marketing televisivo norte-americano atual, mas sinceramente não achei não, achei mais próximo de nossas chanchadas. O tipo de humor é um pouco diferente, além de prescindir das risadas de fundo é claro, e o desenrolar da trama também. Prá quem gosta...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

ESTÔMAGO


O filme " Estômago" é um bom filme nacional, com direção ( estreante em longas) de Marcos Jorge, e o excelente desempenho de João Miguel (no papel principal de Raimundo Nonato),- que confirma o seu começo bom em "Cinema, Aspirina e urubús" Fabiula Nascimento ( como a prostituta Iria) e Babu Santana (fabuloso como o bandido Bugiú) todo o elenco intermediário é bom e o roteiro se não é uma obra prima, funciona direitinho. Filmes sobre comida, vão desde o emblemático " A comilança" de Marco Ferreri, até " Como água para chocolate" de Alfonso Arau, passando pela "festa de Babette" co-produção franco-dinamarquesa. Estômago não é tão bom, mas voce não pode deixar de ver. As cenas na cadeia são as melhores. Vale a pena ver.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

ZODÍACO

O filme "Zodiaco"de 2007, é um policial baseado em fatos reais, que mostra como o cinema americano também consegue produzir 158 minutos de cinema chato, com um roteiro absurdo e um filme digno daqueles filmes franceses sem sentido algum. A decepção com o final, depois de um filme longo no qual os personagens vão ficando sem nenhum sentido no decorrer da história,é grande,.Não perca seu tempo! Os atores não tem culpa ( não sei não, o Jake Gilleanhall é ruinzinho) o que mata é o roteiro, irreal, que mostra uma polícia totalmente desbaratinada, incompetente, desarticulada, e personagens totalmente sem sentido. Jonh Carroll Linch, como suspeito, é um destaque a ser anotado,ei que já tinha gostado dele em outro papel coadjuvante , o Mark Ruffalo é bonzinho e o Robert Downey Junior sempe vale a pena, mesmo em, um papel caricato. Vou melhorar minha garimpagem para evitar de ficar só fazendo crítica negativa.