quarta-feira, 29 de julho de 2009

CHE

O Filme de Steven Soderbergh para mim deixa a desejar um bocado, embora tenha algumas qualidades. O Benício Del Toro que é um grande ator, está diante de um grande personagem e poderia ter um grande desempenho, mas parece ter sofrido uma pane e na verdade seu desempenho é tímido e nada contribui para elevar o grau de qualidade do filme. Para os fãs brasileiros é bom observar que o Rodrigo Santoro no papel do atual presidente Raul Castro, pouco aparece. O filme tem algum atrativo para quem gosta da história, mas tem problemas de filmagem ( cenários pouco convincentes) e um roteiro meio indefinido. Acompanhando uma tendência meio batida, o filme traz trechos em preto e branco simulando algo mais realista em torno do discurso proferido pelo personagem na ONU e fica mais nas questões ligadas à disciplina necessária a um processo revolucionário e de leve mostra o fortalecimento dos revolucionários após acordos e unificações com as demais forças políticas que enfrentavam a ditadura Batista. O filme ainda tem uma espécie de entrevista que deixa claro a intenção de mostrar o discurso do personagem, mas com isto sacrifica bastante o aspecto cinematográfico. Fica do filme a louvável disposição de enfrentar o "cinemão", mas é preciso pensar mais em qualidade.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

FILHAS DO VENTO


Há mais ou menos cinco anos, o longa-metragem “Filhas do Vento” de Joel Zito Araujo, arrebatava seis “kikitos” no Festival de Gramado, em meio a uma polêmica, na qual os premiados (melhor diretor- Joel Zito Araujo, melhor ator- Milton Gonçalves, melhores atrizes -Lea Garcia e Ruth de Souza, melhores atrizes coadjuvantes- Thalma de Freitas e Thais Araujo e melhor ator coadjuvante- Rocco Pitanga) devolveram seus prêmios em resposta a declarações do presidente do Júri, crítico de cinema Rubens Ewald Filho, que em resumo, parecia indicar que a premiação fora uma concessão política.

Mal entendidos e nomes à parte, o presidente do Júri cometeu pelo menos uma leitura crítica errada do filme, deixando de enxergar o que as filhas e filhos do vento não se cansam de tentar fazer, com alegrias e tristezas, com decepções e conquistas, com idas e vindas, no filme, que é mexer no estabelecido, tirar as pessoas de seus lugares, em resumo: um filme do movimento, sem dúvida! Quando “Dom Corleone-Zé das Bicicletas-Milton Gonçalves” morre no jardim da casa, abre um novo ciclo, onde até a volta se incorpora ao movimento, sem que a reconciliação signifique abdicar, e abre-se a perspectiva de novos rumos.

Neste sentido, aceitar o lugar, a concessão, significaria mesmo abrir mão do movimento, desta força do vento que impele andar e sair da redoma onde querem sempre nos manter, ainda que prá nos proteger ou supostamente valorizar. Reconhecer o movimento ainda quando tudo parece parado (e não está!) e ainda quando dele não tenhamos controle algum (Viva a roda-viva!) é talvez a maior tarefa de uma crítica mais ampla, que ultrapasse a aparência e destaque o sentimento da interpretação de tão bons atores.

O Festival de Gramado como um todo, deve se deixar levar pelo vento, e ter o orgulho de ser por já algum tempo, parte deste movimento de um rico cinema, cuja qualidade emerge de sua cada vez maior amplitude e diversidade, ocupando cada vez mais lugares, indo e vindo. O filme é sensacional pelo desempenho de seus atores a atrizes, muitos e maravilhosos !


quarta-feira, 15 de julho de 2009

FROST-NIXON

Este não é o primeiro filme que assisti sobre Nixon ! Tem um outro do Robert Altman que é muito bom ! Mas este também é soberbo ! Não é um filme sobre Watergate, e nem precisa ser muito conhecedor da história dos EUA e nem de política. É claro que é bom saber de tudo, mas trata-se de um filme carregado de aspoectos subjetivos e sociais, cujo trabalho dos atores, em especial do Frank Langela, diz quase tudo. Um ator que sempre me impressiona muito é o Kevin Bacon, que aqui faz um assessor tipo militar do Nixon, sempre com a mesma correção e profssionalismo que faz tipos desviantes e quase todo tipo de papel sofrido. O filme tem humor (tem uma piada sobre espiões cubanos que quase me matou de rir) e muita filosofia. Vale dar uma olhada, sem susto !

segunda-feira, 13 de julho de 2009

ACROSS THE UNIVERSE

"Across the Universe" (2007) é um filme musical com uma proposta no mínimo interessante- personagens criados a partir de letras dos Beatles, tentam compor um quadro, ou um retrato do que seria o mundo vivido por estes rapazes. A direção é de Julie Taymor que vem de sólida carreira em meio a óperas, mas o filme tem dois pecados graves - um o roteiro, que acentua o lado mais bobo e romântico no mau sentido da palavra e o outro os atores(?) que não passam credibilidade aos personagens, transformando o mundo dos "beatles" em algo próximo a um civil de nerds modernos, o que achamos não corresponder totalmente à realidade. Não deixa de ser uma experiência interessante, mas o filme carece de um pouco mais de história. Talvez se o roteiro fosse melhor, não teria tanta importância as deficiências de interpretação daEvan Rachel Wood e do Jim Sturgess.

sábado, 11 de julho de 2009

DREAMGIRLS


Recentemente assisti a " Cadillac Records" e animado por uma polêmica com meu filho, assisti a este "musical" que ainda não havia visto e ouvido. Para ele, este filme musical é melhor que o outro, mas eu ainda tenho minhas dúvidas. São dois bons filmes, " Cadillac Records" é mais preocupado com a fidelidade histórica, e trata mais de Blues e Rock, enquanto " Dreamgirls" (2006) é um musical, dirigido por Bill Condom ( que havia sido roteirista de Chicago) e estrelado pela Beyoncé, Jammie Fox , Eddie Murphy e o sempre excelente Danny Glover. O filme é mais romanceado e trata é óbvio da Diana Ross, e da gravadora Motown, com direito a Jackson Five e tudo mais. O filme trata bem da pasteurização da Soul Music e do R & Blues e tem duas cenas fabulosas, uma com o Eddie Murphy ( o Show em Miami ) e outra , uma fantástica apresentação musical da Jenniffer Hudson ( descoberta pelo programa Ídolos) quando é abandonada pelo pesonagem do Jammie Foxxn ( não foi à toa que ela ganhou o oscar de atriz coadjuvante pelo desempenho). Na dúvida assista aos dois e tire suas próprias conclusões.

OPERAÇÃO VALQUIRIA

O filme "Operação Valquiria" ( Valkirie- 2008) tem enormes atrativos: Tom Cruise ( para quem gosta) atuando (?) e Brian Singer na direção ( aclamado diretor que começou muito bem em "os suspeitos" e depois acabou em "X-men"). Um elenco de apoio também de primeira, com destaque para Kenneth Branagh, Tom Wilkinson, entre outros, e uma estória sempre interessante: contar uma das tentativas de asssassinar Hitler e mais que isto, dar um golpe e tomar o poder na Alemanha já no fim da segunda guerra mundial. Uma das propagadas carcaterísticas do filme, foi a escolha dos atores que obedeceu a um critério de semelhança física, inclusive do próprio personagem principal Coronel ( e conde ) Stauffenberg. Mas o filme é ruim. Não vou nem martelar no Tom Cruise, que continua fazendo sempre o papel dele mesmo e estraga bastante o resultado neste caso, já que ele nem tem o menor perfil de oficial alemão, mas o próprio roteiro é bastante confuso e não ajuda nada a quem ( como a grande maioria ) nada conhece desta história. A direção, não salva e naufraga junto. Muito dinheiro jogado fora.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

MILK


"Milk"(2008) não é um grande filme. Apenas bom. O roteiro se perde um pouco na dificuldade em fazer um documento e uma estória, com graves prejuízos para a segunda, ou seja, o caráter ficcional fica muito prejudicado, mas vale a pena pelo caráter de retratar um momento e um movimento. Não é fácil e o diretor Gus Van Sant ainda não pegou a mão eu acho. Assisti o filme dele sobre o Kurt Cobain ( Last Days-2005) e não gostei. O diferencial em "Milk" é mesmo o Sean Penn, que está fabuloso e não foi sem motivo que faturou o Oscar de melhor ator. Há muitas cenas fantásticas e um desempenho muito especial do ator. Uma questão muito interessante é a oposição entre a necessidade política de exposição e o desejo e a necesssidade de privacidade. É claro que vale a pena ver, não é sempre que podemos ver bons filmes e corajosos, além de um excepcional trabalho de ator.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

GRAN TORINO

"Gran Torino" (2008) é um filme dirigido e estrelado pelo Clint Eastwood. Não sei ainda se ele é melhor ator ou diretor, e este filme não ajuda muito a solucionar o problema, pois ele é muito bom atuando e dirigindo. Há algo muito interessante na sua maneira de atuar, que é uma espécie de humor, de sarcasmo associado a uma imagem séria e austera, além do que, este filme tem algo adicional que á atualidade do tema, fazendo par com "Onde os fracos não tem vez"e outros menos dotados em retratar uma face oculta dos Estados Unidos, sem muitas glórias. Não é do nível de "Os Imperdoáveis" até hoje inigualável, mas é um bom filme, cujo final me decepcionou um pouco, mas fazer o que....

sexta-feira, 3 de julho de 2009

FOI APENAS UM SONHO

Se o seu link para Leonardo Di Caprio e Kate Winslet é "Titanic", esqueça, pois os atores novamente juntos neste muito bom filme "Foi Apenas um Sonho" ( Revolutionary Road-2008) mostram o quanto são realmente bons atores, abrilhantando em muito uma estória em que o cineasta inglês Sam Mendes ( também marido da Kate Winslet) de "Beleza Americana" expõe mais uma vez uma visão inteligente e profunda, porém sem o sarcasmo do filme anterior, agora sobre a oposição entre a realidade e o desejo e principalmente como esta oposição se colocava para as mulheres ( mas também para os homens)da década de 50. Talvez só um inglês para falar novamente tão bem de uma realidade que desta vez não é tão característicamente norte-americana. Há muitas cenas brilhantes em que os dois atores conseguem passar muita emoção, mas como filme é mais dirigido para a alma e o corpo feminino, acho que a Kate Winslet está mesmo fenomenal. Gostei muito!