domingo, 28 de junho de 2009

CADILLAC RECORDS

Com o pretexto de contar um pouco da estória da gravadora Chess Records, o filme acaba por fazer um pouco a estória do Rock'n Roll, centrada em personagens especiais como Muddy Waters, Hollin Wolf, Little Walter, Chuck Berry e Etta James, além é claro do empresário Leonard Chess ( vivido muito bem pelo Adrian Brody de "O pianista". A narrativa é muito boa, reunindo questões pessoais como os conflitos que eles viviam em suas vidas e o contexto social de racialização, passando desde Alain Lomax e as gravações de Muddy Waters ainda na zona rural, até a invasão britãnica com os Rolling Stones, passando pelos DJs que deram sustentação aos Race records e depois ao Rock, sem deixar de mencionar a tentativa de branqueamento. Uma estória sem heróis desde o começo, mas que retrata o surgimento de algo que representa muito, e o filme trata disto, na abertura das mentes e principalmente no processo de integração racial. A trilha sonora, é claro, é soberba. A direção e o roteiro da talentosa Darnell Martin, e ainda tem o aperitivo da Beyoncé fazendo o papel da Etta james, e cantando, como sempre muito bem ( melhor do que atuando). Não deixe portanto de ver!

sábado, 27 de junho de 2009

VENTOS DA LIBERDADE


"Ventos da liberdade" ( The Wind that Shakes the Barley"- 2006) é um épico dirigido por Ken Loach, e que certamente interessará muito a quem gosta de política, história e de um bom cinema. O filme conta um pouco a história da independencia da Irlanda, e ajuda a entender um pouco a complicada situação política que ainda persiste naquelas Ilhas, e que em muitos sentidos desafia até mesmo a ótica marxista apresentando componentes que fogem bastante da mera questão econômica e envolvem aspectos ligados a sentimentos humanos tais como o orgulho e uma certa ética de coletividade que o filme ajuda a mostrar. Há muita filmografia sobre a Irlanda, o IRA e os heróis da libertação e da luta contra o imperalismo, ( afinal grande parte dos antecedentes dos EUA remontam a esta cultura particular) mas nenhum com a ótica aguda e privilegiada do fantástico diretor. O desempenho do ator principal, o Irlandes Cillian Murphy ajuda bastante a compor as intrincadas relações entre o subjetivo e o objetivo.

domingo, 21 de junho de 2009

PARANOIA AMERICANA

"Paranóia Americana" ( Civic Duty-2006) não é um filme ruim. Os atores poderiam ser melhores e o roteiro também, mas não chegam a ser ruins. O que mais gostei foi da direção, que consegue dar um bom ritmo ao filme, com criativos planos e filmagens. Quando peguei para ver, fiz com certa má vontade, pois achei a estória parecida com o filme " Land of Plenty" de 2004, do Win Wenders, que dá conta de forma criativa desta "paranóia" pós setembro de 2001, nos Estados Unidos. O roteiro tem problemas, na construção de pelo menos uma cena inverossímil ( quando o personagem principal entra na casa do suspeito, que teria deixado a porta aberta) além da parte final do filme, que a meu ver deixa a desejar, mas o esforço dos atores e a direção suparem umpouco estes problemas e até constroem um filme de ação interessante.O ator Peter Krause, egreso da TV se esforça bem, e além dele, o agente ( Richard Schiff) e o suspeito ( Kaled Abol Naga - ator egípcio) fazem boa performance, porém o melhor é anotar o diretor Jeff Renfroe, que ao que parece pode construir uma bela carreira.

sábado, 20 de junho de 2009

O LEITOR


O leitor (The Reader) é um filme americano/alemão de 2008, que rendeu o Oscar de melhor atriz para Kate Winslet, dirigido por Stephen Daldry e co-estrelado pelo Ralph Fiennes. É um bom filme, sem ser nada de espetacular, os atores trabalham bem realmente, mas é um filme difícil, que pretende falar ao mesmo tempo de subjetividade, ou seja, daquela dificuldade pelo menos para mim muito conhecida e germânica de expressar sentimentos, e ao mesmo tempo fazer algum tipo de relação com a questão do nazismo e da segunda guerra. O filme é mais feliz apenas no primeiro aspecto, do qual o maior emblema é ele mandar fitas ao invés de visitar a personagem da Kate Winslet ( Hanna). Acho que ele ( o filme) não consegue fazer a relação com o comportamento dos alemães no nazismo, até porque é discutível se há mesmo esta relação. Não sei se encontraremos em aspectos muitos subjetivos, o comportamento da maior parte do povo alemão durante o regime regime nazista. Longe de ser excelente, é um bom filme, que merece ser visto. O Ralph Fiennes tem um perfil físico-psicológico impressionante para fazer este típico alemão da chamada meia-idade. Ajuda muito !

domingo, 14 de junho de 2009

BETTIE PAGE

"The Notorius Bettie Page" é um filme de 2005, dirigido e roteirizado por Mary Harron, que trata da vida da modelo fotográfico e "pin up" dos anos 50, que viveu no imaginário da década, representando uma concepção de liberação que se chocava com a mentalidade hipócrita e conservadora norte-americana dos anos do pós-guerra. O filme não é ruim, e se apoia bastante no desempenho fabuloso da atriz Gretchen Mol que não só fisicamente, mas também compõe muito bem o lado psicológico da personagem que entremeia beleza e sensualidade com uma certa ingenuidade por vezes inacreditável. A atriz que já desempenhara muito bem um papel secundário em "Arte,Amor e Ilusão" ( The Shape of Things") filme que eu considero um dos melhores que assisti ultimamente, dá um banho neste. Senti um pouco de falta de um maior contexto social, que poderia ser melhor explorado, tanto no que se refere a uma degradação familiar pós crise de 29, até na cruzada anti-pornografia que o presidente do Senado da época levantou. Mas ainda assim vale muito a pena ser visto.

sábado, 13 de junho de 2009

CONTROLE

É um filme inglês de 2007, com roteiro de Matt Greenhalg baseado no livro da ex-esposa do vocalista Ian Curtis, da banda inglesa Joy Division, que se suicidou em 1980. Um elenco desconhecido, com algum destaque para a atriz inglesa Samantha Morton que faz a própria Deborah Curtis.Confesso que antes de ver o filme tinha pouquíssimo conhecimento sobre o som do conjunto, e apenas depois fiquei sabendo que se tratava dos antecessores do "New Order" do qual já ouvi alguma coisa (e não gosto, diga-se de passagem). Mas não interessa, o filme é bastante razoável e consegue passar bem uma imagem real de adolescentes que nos anos 70, apenas tinham a sensação de desconforto com a civilização, mas sem nenhuma substância e reflexão, apenas um mergulho profundo em suas próprias subjetividades, que depois nos anos 80 e 90 ( que o personagem não conseguiu experimentar) gerou uma geração de superficialidades e ausencia de sentidos e sonhos, que ainda hoje deixa tantos reflexos sociais e individuais. Acho que o filme acaba revelando a incompatibilidade flagrante entre a música punk e algumas influências do personagem como Jim Morrison do The Doors e o próprio David Bowie, e para mim, uma depressão gerada pela imaturidade em lidar não apenas com o sucesso (o que nada tem de novidade em termos de Rock) mas também com o casamento e com a doença ( epilepsia). O filme deixa espaço para grandes reflexões pela sua temática tão perto de nós e consegue ser um bom entretenimento.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Tem certos filmes em que a expectativa é tão grande que estraga...É o meu caso com este filme de 2008 do diretor David Fincher e do roteirista Eric Roth, que não por acaso também foi roteirista de Forrest Gump, filme que tem certas similitudes com este, especialmente algumas reflexões sobre a passagem do tempo....Achei o filme sonolento em muitos trechos, e não obstante a caracterização do Brad Pitt, não se trata de um filme de atores. O resultado final é bem menor do que eu achava que seria...Acho que algum problema com a direção, talvez, que dá um ritmo lento demais...Acho que é um filme que eu não veria de novo e nem sei se recomendaria....O engraçado é que muitas pessoas que eu conheço viram e gostaram, o que talvez denote memso que minha expectativa estava alta.......

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O LUTADOR


O Lutador ("The Wrestler") não é uma obra-prima, mas é um bom filme de 2008, que transforma um roteiro que não é um primor de criatividade ( afinal você já viu esta estória de um lutador desajustado) em um trabalho bem conduzido, no qual Mickey Rourke e Marisa Tomei desempenham seus papéis muito bem, sndo que no caso do Mickey há um facilitador físico, que não acontece com a Marisa Tomei. Achei as cenas com a filha quase que dispensáveis...Muito legal do ponto de vista cinematográfico a entrada triunfante no supermercado quando vai trabalhar no balcão de frios...No final, o filme consegue passar bem a mensagem que se propõe, expondo um pouco este universo das lutas profissionais, que aqui entre nós certamente farão lembrar o Telecatch patrocinado pelo Run Montilla e o "ídolo" Ted Boy Marino. O Mickey Rourke com todo seu bom desempenho, faz aumentar a saudade do grande ator que ele poderia ter sido, e do seu duelo com Robert de Niro em " Coração Satânico" de Alan Parker. Tomara que tenha re-despertado, pois são poucos os atores que conseguem expressar tão bem emoções no corpo. Vale a pena ver, sem sombra de dúvida!