"Arquitetura da Destruição" é um filme-documentário de 121 minutos, do sueco Peter Cohen, fruto de suas pesquisas sobre o nazismo durante sete anos, lançado em 1989. Em se tratando de documentários, o Brasil não fica nada a dever aos estrangeiros como demonstram por exemplo "Notícias de uma Guerra Particular" do João Moreira Salles e quase todos os filmes do Eduardo Coutinho, mas este documentário é diferente e foge ao lugar comum dos muitos documentários sobre o nazismo. O filme, que é riquíssimo em imagens, tem uma tese: O nazismo era um projeto estético ( de embelezamento do mundo) e que empregou suas técnicas de propaganda e destruição para um objetivo que era um mundo harmônico e limpo. A maioria dos filmes sobre o tema enfatiza muito a bábarie nazista como se ela fosse o objetivo final e não um terível instrumento e o filme faz esta discussão, apresentando a escalada das teses eugenistas, o envolvimento da medicina, da arquitetura, das artes e demonstra o alto grau de planejamento. No campo das artes, a quase obsessão dos nazistas para com o retorno da antiguidade clássica greco-romana e com seus modelos de beleza, implicaram na rejeição à arte moderna ( tida como feia e degenerada). O filme defende sua tese com maestria, articulando este padrão estético com as medidas de higiene e ao final com o uso do gás. Trata-se de uma visão diferente, que contribui e muito para uma visão mais ampla do nazismo, principalmente para os que como eu privilegiam os fatores economicos na "determinação" social e política e que é muito importante neste atual momento europeu, onde as teses de discriminação contra os imigrantes ganham força política. Informação pode ser um ótimo entretenimento e este vale a pena !segunda-feira, 29 de setembro de 2008
ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO
"Arquitetura da Destruição" é um filme-documentário de 121 minutos, do sueco Peter Cohen, fruto de suas pesquisas sobre o nazismo durante sete anos, lançado em 1989. Em se tratando de documentários, o Brasil não fica nada a dever aos estrangeiros como demonstram por exemplo "Notícias de uma Guerra Particular" do João Moreira Salles e quase todos os filmes do Eduardo Coutinho, mas este documentário é diferente e foge ao lugar comum dos muitos documentários sobre o nazismo. O filme, que é riquíssimo em imagens, tem uma tese: O nazismo era um projeto estético ( de embelezamento do mundo) e que empregou suas técnicas de propaganda e destruição para um objetivo que era um mundo harmônico e limpo. A maioria dos filmes sobre o tema enfatiza muito a bábarie nazista como se ela fosse o objetivo final e não um terível instrumento e o filme faz esta discussão, apresentando a escalada das teses eugenistas, o envolvimento da medicina, da arquitetura, das artes e demonstra o alto grau de planejamento. No campo das artes, a quase obsessão dos nazistas para com o retorno da antiguidade clássica greco-romana e com seus modelos de beleza, implicaram na rejeição à arte moderna ( tida como feia e degenerada). O filme defende sua tese com maestria, articulando este padrão estético com as medidas de higiene e ao final com o uso do gás. Trata-se de uma visão diferente, que contribui e muito para uma visão mais ampla do nazismo, principalmente para os que como eu privilegiam os fatores economicos na "determinação" social e política e que é muito importante neste atual momento europeu, onde as teses de discriminação contra os imigrantes ganham força política. Informação pode ser um ótimo entretenimento e este vale a pena !sábado, 27 de setembro de 2008
PAUL NEWMAN (+)
A notícia da morte do excelente ator Paul Newman, nos leva a esta postagem especial, em homenagem ao mesmo. A primeira vez que me lembro do Paul Newman foi no auge do cinema catástrofe no excelente filme “ Inferno na Torre” e desde sempre (década de 70) ficou a imagem daquele ator que expressa em sua face, tudo aquilo que se quer dizer. Depois, muitos foram os filmes que vi (sem rigor cronológico) , com destaque especial para “O Golpe de Mestre”, “Exodus”, “ Marcado pela sarjeta” e “ Desafio à corrupção”.Acho que o estilo de atuar dele combinava mais com as películas da década de 60/70 onde transparecia jovialidade e sofrimento. Depois da década de 80, ficou com uma imagem mais de playboy ) talvez influenciado pelo gosto pelas corridas automobilísticas. O que lamentamos e muito é que estão indo embora os atores capazes de expressão facial e não surgem novos, com qualidade neste sentido particular da arte de atuar.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
SOMBRAS DE GOYA

Em uma espécie de comemoração pelas 100 postagens no blog e animado pela arte do Aleijadinho, assisti " Sombras de Goya" ( Goya's Ghosts) de 2006. É um filme de Milos Forman, o que por si só já anima, e me lembra "Hair" " Um estranho no Ninho" e "O Povo versus Larry Flint" entre outros clássicos. Muitos anos se passaram e o diretor continua tendo uma maneira inteligente de falar sobre assuntos importantes. Este não é diferente. É uma alegoria histórica construída em cima de tres personagens principais: O pintor espanhol Francisco Goya e sua obra (vivido e muito bem pelo já meio veterano ator sueco Stellan Skargaard), um ex-padre inquisidor Lorenzo, (vivido também com maestria pelo Javier Barden) e a bela Inês, filha de burgueses, presa e confinada pela inquisição na cadeia onde acaba tendo uma filha do padre, enlouquece e nem mesmo assiste a prostituição da filha ( também excelente a Natalie Portman). A figura e a obra do pintor são o personagem principal que assiste com sua dubiedade a decadencia da nobreza e do clero, sua derrocada pelo bonapartismo e posterior retomada dos Bourbons. Sem deixar de ser o pintor da corte, consegue ao mesmo tempo retratar seu declínio, e posteriormente denuncia a violência revolucionária, sempre com uma postura retratista, meio que distante, colecionando fantasmas e sombras que acabam por deixá-lo surdo. Há um diálogo muito bom entre o pintor e o ex-padre inquisidor que vira bonapartista ( aliás só esta transformação já dá assunto) Lorenzo, sobre o quanto ambos são prostitutos e o quanto acreditam em algo. Há também na construção do personagem feminino principal, uma coisa sempre muito presente nos filmes espanhóis que a posição da maternidade e da prostituição, só que acrescentada da loucura. Há sempre uma subalternidade...Se o filme é bom ? Se você gosta de um bom diretor, bons atores, roteiro criativo, um pouco de artes e história, é claro que é, se não, é melhor ver outra coisa que distraia mais.domingo, 21 de setembro de 2008
ALEIJADINHO
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
O CAÇADOR DE PIPAS
O filme " O Caçador de Pipas" ( The Kite Runner- 2007) é uma produção americana, baseada no Best Seller de Kaled Hosseini. Não li este livro, o autor, mas outro, acho que "A estrada para o sol" ( se não me engano) . O que eu li é um bom livro, onde a boa estória serve de pano de fundo para uma viagem pela cultura, pela história e pela sociedade afegã. O filme também é assim, tem uma estória, que a meu ver é fraca, mas o interessante é o pano de fundo sobre a sociedade e a cultura afegã. Os que tentam dar uma qualidade a estória ficam presos a uma pretensa tentativa de "reparação" pelo personagem principal, ao resgatar o filho de seu amigo. Fiz leitura diversa, o personagem principal , totalmente mau- caráter e egoista, só decide ir ao Paquistão pelo amigo do pai e só decide resgatar o menino ao saber da verdade (que não vou contar aqui é claro). Alguém me disse: Ah é criança. Sim, criança mau-caráter. Mas não é issso que importa, o filme vale muito a pena para se conhecer uma outra cultura. Os atores são fracos em sua maioria e a escapada é ridícula, mas nada disso importa muito para que gosta de conhecer outras realidades.quarta-feira, 17 de setembro de 2008
SHAFT

sexta-feira, 12 de setembro de 2008
A FORTUNA DE COOKIE

segunda-feira, 8 de setembro de 2008
KEDMA
"KEDMA" é uma produção de 2002, do aclamado diretor israelense Amos Gitai, de quem só vi um pequeno episódio dirigido por ele no filme coletivo sobre as torres gêmeas e o 11 de setembro e achei bom. O filme em questão é bastante ruim. lento, totalmente voltado para passar ( de forma pouco artística) uma mensagem do diretor sobre questões judaicas e da formação do estado do Israel. Não se trata de concordar ou não com a mensagem ( a maior parte dela é de características subjetivas explicando comportamentos sociais e políticos), mas ela é formalmente muito fraca, ou seja, um personagem que se constroi como uma espécie de consciência alucina e faz um longo discurso ao final tornando o resto do filme quase que uma moldura débil. As idéias do diretor sobre algumas características do povo judeu são interessantes , mas a explicação para o conflito é bastante questionável. O filme é também uma espécie de homenagem ( releitura?) e faz algumas referencias ao premiado "Exodus" (1961) de Preminger, mas precisaria ver de novo para fazer estas relações e não sei se fiquei com vontade, pois o filme é bem fraco. Dizem que o filme bom dele é Kadosh (1999)...Pode ser.....Pelo menos o filme que tem longas e lentas cenas não é muito grande no total.

