sábado, 31 de maio de 2008

ONDE OS HOMENS SÃO HOMENS

O título em Portugues desse filme do Altman de 1971 (Mr. Cabe and Mrs. Miller) é bastante feliz, pois embora Warren Beaty e Julie Cristhie sejam dois bons atores, o grande lance deste faroeste é o cenário externo, ou seja, a locação. O grande astro do filme é o cenário, a cidadezinha, que mostra mais do que os atores as condições do oeste. Não é uma obra prima, pois o Robert Altman não tem uma, mas tem vários bons filmes como este, que valem a pena ser vistos, pois sempre trazem algo mais do que uma distração com muito humor. Um bom filme, que consegui ver na mostra do CCBB dos filmes do Altman.

terça-feira, 27 de maio de 2008

ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCE ESTÁ MORTO

Uau! Sidney Lumet voltou em grande estilo, pois há muito tempo ele não dirige um filme tão bom ! Acho que a praia dele são filmes policiais, com boa carga dramática como "Um dia de cão" e este excelente filme, estrelado com maestria por três grandes atores: Phillipe Seymour,Ethan Howke e Albert Finney, sendo que este último reedita a magistral atuação de " Rede de Intrigas" também de Lumet. É um filme policial, sem dúvida, mas dos bons, trazendo conflitos familiares para o mundo das drogas, roubos e receptações. Phillipe Seymour, desde que vi pela primeira vez como Drag Queen em "Ninguém é Perfeito", passando pelo DJ de "Quase famosos" e culminando com o Oscar de "Capote" vem se afirmando como um dos mais talentosos atores novos, mas não supera o velho Albert Finney, que traz na face tudo aquilo que quer demonstrar, sem precisar falar quase nada. Excelente pedida !

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS

O filme em questão é uma grata surpresa ! Dirigido por Isabel Coixet, esta produção espanhola de 2005, é uma mostra de como um filme "intimista", ou seja, com pouco destaque externo em termos de cenas e com conteúdo subjetivo forte, pode não ser chato ou meloso demais. A presença dos dois atores principais, Tim Robbins e Sarah Polley( ambos muito bons) ajuda e muito. A sinopse é simples: Um homem sofre um acidente em uma plataforma de prospecção de petroleo, fica com queimaduras e sem poder enxergar e é cuidado por uma enfermeira que tem problemas de audição. Na plataforma covivem pessoas que querem ficar sozinhas por uma série de razões e aos poucos vão se mostrando através da palavras. As vezes parece que não, mas há vida inteligente no cinema espanhol. Muito bom o desempenho do ator Javier Câmara, (que faz um cozinheiro) que tem tudo para se tornar um grande ator reconhecido internacionalmente pela indústria.Vale a pena dar uma olhada !

domingo, 25 de maio de 2008

PODECRER+1972

Tratam-se de dois filmes brasileiros, que podem e devem ser comentados juntos. PODECRER é uma produção mais acabada, da ConspiraçãoFilmes, ano 2007, com um elenco um pouco melhor do que "1972" ( embora ambos não primem muito pelo desempenho de seus jovens atores e atrizes) e que trata dos primeiros anos da década de 80 ( do século passado é claro) e 1972 tem a pretensão de tratar de algo quase dez anos antes. 1972 é um projeto mais pessoal, pretende retratar a experiência pessoal do José Emilio Rondeau e da Ana Maria Baiana. Nenhum dos dois filmes é um bom cinema, enquanto criatividade, mas dá para assistir numa boa, ainda mais se você tiver, como eu, vivenciado algumas das situações narradas em ambos. A presença de atores já consagrados em ambos, não ajuda muito, pois parece que só podem fazer papéis meio caricatos, como o Toni Tornado em 1972 e o Stepan Nercessian em Pode Crer. As heroínas principais, Dandara Guerra em 1972 e Maria Flor em Pode Crer, não passam a meu ver , credibilidade em retratar um tipo de mulher que era ao mesmo doce, mas firme, e a direção de ambos deixa um pouco a desejar, mas ainda assim, é legal constatar que no espaço de 10 anos, a presença da música, um conjunto musical, da política, e de uma sociedade ainda muito reprimida se repitam em ambos. Não são obras-primas e nem mesmo excelentes filmes, mas como falam de algo próximo ( para mim, talvez não para meus filhos) acabo achando bom. De qualquer jeito, vale a pena você ver....

sábado, 24 de maio de 2008

O CAMINHO DOS INGLESES

Não, não é um filme com o Antonio Banderas. É um filme dirigido pelo Antonio Banderas ! E não é o primeiro, foi o segundo, uma produção de 2006, Espanhola e Britânica, que na Inglaterra teve o diferente título de "Summer Rain". Por mais que se queira algum tipo de condescêndencia, não dá para escapar da verdade de que o filme é ruim, duro de se ver...Uma colagem de situações vivenciadas por adolescentes quase adultos, em que fica difícil achar o sentido, a não ser a presença marcante da mulher que escapa da dualidade santa x prostituta para embarcar quase sempre na prostituição ainda que disfarçada, e um ritmo lento, chato mesmo. Aopção por atores sem muita cancha, não facilitou o trabalho do diretor, e até Victoria Abril sucumbe em um papel diríamos "metafísico". Quem se arriscar vai se arrepender, mas se encontrar algum sentido, me diga, pois não entendi. É um filme pretencioso quanto a temática e cujo tratamento formal derruba um possível conteúdo. Não aparenta ser uma carreira muito promissora....

sexta-feira, 23 de maio de 2008

ROBERT ALTMAN


Robert Altman ( 1925/2006) é um cineata americano de quem gosto muito, porque conseguia utilizar humor, e falar sobre o cotidiano sem perder a profundidade. O CCBB está com uma big mostra a partir da semana que vem e durante todo o mês de junho, com uma grande quantidade de filmes. Eu, que já vi alguns muito bons, como Short Cuts,Nashville, Pret-a-porter,Mash,Assasinato em Gosford Park, Kansas City e outros, selecionei uns dez para ir ver. Consulte no site do CCBB a programação e não deixe de aproveitar esta oportunidade única.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

"COISAS QUE PERDEMOS PELO CAMINHO"

O título original é "Things we lost in the fire", a produção é de 2007, dizem que foi lançado no cinema brasileiro em 2008, mas para falar a verdade, nem me lembro,a direção é de dinamarquesa Susanne Bier, e na produção encontra-se o Sam Mendes de "Beleza Americana". O filme é bom, muito bom, e trata correlatamente de duas estórias principais, a perda ( no caso de uma pessoa) e também sobre o vício ( no caso, drogas). O desempenho do Benício Del Toro é chapante, muito bom, e a Halle Berry despida da imagem de fêmêa fatal (coisa que não lhe condiz tão bem) trabalha com muita competência. O David Murdochvy ( acho que é assim que se escreve), o ex-astro do arquivo X também compõe bem um personagem que é a sua cara e que me fez lembrar Kalifornia, em que ele trabalhou com Brad Pitt- o cara certinho, contraponto de algum drogado ou marginal. Muito bom também um vizinho, vivido pelo Jonh Caroll Linch. A discussão das perdas é sempre algo um pouco melodramático demais, mas as lágrimas são reais e a fantasia passa longe.A abordagem sobre as drogas é realista e crítica. Já nas locadoras, é diversão profunda e garantida !

domingo, 18 de maio de 2008

POUCAS E BOAS

Não há dúvida alguma que Woody Allen é um bom diretor. As vezes porém acho alguns filmes dele um pouco chatos demais ( os sérios ) mas há uns muito bons. Este filme " Poucas e Boas" (Sweet anda Lowdown-1999) é um dos (apenas) bons. Trata-se de um filme biográfico sobre um guitarrista americano dos anos pós 20. Emmet Ray, que seria o segundo melhor do mundo, atrás do Django Reinhardt. O Sean Pean também é um bom ator, mas que fez seus melhores papéis já neste século, principalmente no filme "sobre meninos e lobos" e em "21 gramas" (2003) e ultimamente tem se revelado ser melhor diretor do que ator. Aqui ele compõe bem o papel, com um pouquinho de caricatura demais. O filme é uma biografia honesta, que compõe bem o cenário de uma parte dos EUA naquele período, e traz uma deliciosa atriz coadjuvante, Samantha Morthon, que logo em sua estréia ( em termos de grande indústria) foi indicada para o Oscar de 2000) não levou é claro, mas roubou a cena da também ótima Uma Thurman. É um filme agradável com, é claro, uma excelente trilha musical.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

ANTES DE PARTIR

"Antes de partir" (The Bucket List) parece ter a fórmula do sucesso cinematográfico: Um tema envolvente, dois bons atores, muita imagem e uma mensagem boa. E é um bom filme apesar de tudo isto. Quem não acha a reflexão sobre a vida antes de morrer um tema interessante ? Quem não gosta do Jack Nicholson e do Morgan Freeman ? Quem não gosta de ver belas e sublimes paisagens ? Quem não acha que devemos procurar ser e fazer os outros felizes, antes de partir ? Assim sendo, que mal faz em ser um pouco emotivo demais e se deixar levar pelo clima meio melado ? O lado bom do filme compensa e muito. Dá para derramar umas lágrimas numa boa e curtir uma boa distração, no bom sentido da palavra.

sábado, 3 de maio de 2008

A MONTANHA DOS SETE ABUTRES

Quem leu a postagem sobre " Chaga de Fogo" deve ter percebido que acho o Kirk Douglas um senhor ator. Eu e quase todo mundo. Neste filme de Billy Wilder de 1951, O KirkDouglas arrasa.Assisti pela primeira vez e é filme obrigatório para quem gosta de comunicação e jornalismo. ( este e mais "Rede de Intrigas" e mais "O Quarto Poder")Trata-se da exploração pelo jornalista Tatum ( Kirk) do acidente que soterrou um explorador em uma caverna indígena.Um leve senão em uma crise moral inacreditável diante do histórico do personagem, mas o resto é de cair o queixo. Fantástico. Não deixe de ver ! O filme só não ganhou mais prémios, porque o tema é incômodo e o ano de 1952 foi um ano em que vários filmes bons, inclusive o " Chaga de Fogo" concorreram. O título em Inglês é "Ace in the Hole" que faz um jogo de duplo sentido com a expressão "às na manga".